Chefe do centro de saúde do Ceará exalta elenco e relembra esforço de Pedro Raul em final
André Martins destaca postura dos jogadores do Vovô, recorda dedicação do camisa 9 na decisão do Estadual e explica processo de decisão sobre utilização de um atleta com dores
11:03 | Jun. 25, 2025
Coordenador do Centro de Saúde e Performance (CESP) do Ceará, André Martins destacou, em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, o "alto nível" de profissionalismo do elenco e relembrou o esforço do atacante Pedro Raul para jogar a final do Campeonato Cearense para citar que episódios como este são corriqueiros no dia a dia do departamento médico dos clubes.
O chefe do CESP garantiu que os atletas do Vovô compreendem quando precisam ser poupados em razão do desgaste, por exemplo, para prevenir lesões e que os próprios jogadores se interessam em ver dados e obter informações. Em sua sala, André tem um quadro com a minutagem de cada alvinegro na temporada e também armazena diversos números de forma virtual.
"O nível de profissionalismo hoje dos nossos atletas é muito alto. Os atletas entendem as responsabilidades que eles têm enquanto atleta, o que é que eles precisam fazer, o que é que eles não podem fazer. Eles entendem já, de uma forma boa, as nossas informações, então a gente senta com o atleta aqui, mostra aqui os dados, eles entendem, questionam, perguntam", relatou Martins.
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Para exemplificar a postura dos atletas, o coordenador afirmou que a decisão se alguém irá atuar com dores ou no sacrifício faz parte da rotina do setor de saúde e performance no futebol profissional. Foi o caso do centroavante Pedro Raul no segundo jogo da final do Estadual, em que se preservou no aquecimento, fez tratamento intensivo e acabou marcando o gol decisivo do bicampeonato.
"Isso é a coisa mais normal que você possa pensar, por incrível que pareça. Ali, eu acho que ganhou destaque por ser a final, por ser um clássico, por ser o Pedro Raul, nosso artilheiro e tudo. Mas isso aí é o nosso dia a dia. Hoje, a gente tem um departamento de fisioterapia e de medicina que tem uma maturidade e experiência absurda para tomar esse tipo de decisão. Do atleta estar no treino, no jogo, no aquecimento e estar com a dor, com uma limitação, e o médico e o fisioterapeuta têm que tomar uma decisão no sentido de informar para a comissão: 'Esse cara tem risco, esse cara não tem risco'. Essa decisão, inclusive, é até mais difícil durante o jogo e acontece o tempo todo", contou André Martins.
Trabalho coletivo para evitar lesões
O coordenador do CESP elogiou o nível dos profissionais que compõem a área e apontou o trabalho coletivo para evitar o número de lesões no elenco, inclusive, em situações em que os atletas estão sob maior risco em treinos ou jogos. O fisiologista também destaca a importância da compreensão da comissão técnica de Léo Condé acerca da decisão de utilizar ou não um jogador.
"O atleta levou pancada, sentiu a posterior e ali a gente tira ou não tira? Mas hoje a gente tem uma equipe com um nível de maturidade e experiência absurda para tomar essa decisão. E a gente tem um entrosamento muito grande com a comissão técnica. Isso também é um diferencial muito grande. A comissão técnica confia na gente, e a gente tem muita facilidade de comunicação com essa comissão para alertar sobre isso", afirmou.
"E é um trabalho transdisciplinar: envolve a medicina, a fisioterapia, a preparação física, porque o próximo dia desse atleta precisa ser repensado também, envolve a fisiologia, para poder monitorar alguns detalhes para essas decisões serem tomadas. As outras áreas também, a psicologia, o serviço social, que também acaba atuando, dando suporte, a nutrição e a odontologia. Então, sim, por incrível que pareça, o nosso dia a dia é isso. Constantemente tendo que tomar essas decisões e não são fáceis. Porque a gente está trabalhando no alto rendimento. O contexto é outro", ponderou André Martins.