Como Maluco Beleza, de Raul Seixas, inspirou o Ceará até o título da Copa do Nordeste

Fã de Raul Seixas, Robinson de Castro usou música do cantor baiano para inspirar a comissão técnica e diretoria na campanha no Nordestão

Os versos de 'Maluco Beleza', entoados na voz potente de Raul Seixas, foram ouvidos com atenção numa noite de folga da delegação do Ceará, em Salvador, na reta final da Copa do Nordeste. Presentes no ambiente o presidente Robinson de Castro, o executivo de Futebol Jorge Macedo e o técnico Guto Ferreira. Ali foram traçadas estratégias fundamentais para a conquista do bi invicto na competição regional.

Antes de explicar o episódio curioso e importante para a jornada do Vovô no Nordestão é preciso entender como "Raulzito" foi parar no centro do comando alvinegro. Fã de Raul Seixas, Robinson de Castro escuta as canções do cantor baiano em momentos de reflexão. A mistura de certa loucura com lucidez, retratada pelo roqueiro em "Maluco Beleza", é inspiração para o mandatário do Porangabuçu.

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"Eu assisti um documentário do Raul e fiquei fascinado. Não era tão Raul, hoje adoro o cara. Eu comecei a ouvir as músicas dele, como criou as canções e quem o influenciou", conta Robinson em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO.

Em Salvador para as disputas dos jogos restantes do Nordestão, Robinson recebeu o convite de um amigo e foi visitá-lo num dia de folga da delegação. Ele aproveitou e levou membros da comissão técnica e dirigentes, entre eles Guto Ferreira e Jorge Macedo. No encontro informal, entre uma taça de vinho e outra, o presidente pediu a música inspiração, contagiando os demais profissionais do clube.

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"Um amigo me chamou para ir até a casa dele na beira da praia. Eu levei o Guto e o Macedo. Lá eu disse: 'bota uma música aí, nós vamos ganhar a Copa do Nordeste com essa música (Maluco Beleza)'. Era hora de misturar um pouco dos conceitos e preconceitos. Foi um negócio que energizou. Integrou ideias e mentes", lembra Robinson.

No clima da inspiração musical, as ideias debatidas naquele ambiente foram colocadas em prática. As estratégias para fortalecer o Vovô foram discutidas e aprovadas, entre elas a decisão de trazer William Oliveira e Fabinho, que se recuperavam de lesões e não haviam sido relacionados para a reta final da competição na capital baiana. A dupla se juntou ao elenco a partir da semifinal e teve participação de destaque até o título.

"Nós alinhamos ali estratégias pro campo. As escolhas dos jogadores, as estratégias táticas. 'Vamos ganhar os duelos individuais. A gente vê o Fernando Sobral bem pelo lado. Vamos buscar agora o William e o Fabinho. Liga para o Dadá. Estão bem? Como foram nos Aspirantes? Então vamos trazer os dois. Vamos pensar fora da caixa'. Foi muito bacana", afirma ele.

Do rock ao pagode
O elenco alvinegro também teve sua trilha de inspiração para buscar a "orelhuda". Se fora do campo Raul foi quem contagiou, dentro das quatro linhas, o pagode do Revelação uniu o grupo de jogadores com a música "Tá Escrito".

"Essa música contaminou o grupo na Copa do Nordeste. Gosto muito também. 'Maluco Beleza' foi para os estrategistas. 'Tá Escrito' foi mais para o grupo. A gente não era favorito. Ninguém acreditava no Ceará. Acreditavam em todo mundo, que Fortaleza e o Bahia fariam a final. Despachamos os dois."

O período em Salvador foi determinante para a união do elenco para a sequência da temporada, quando o Ceará chegaria até as quartas de final da Copa do Brasil e ficaria em 11º no Brasileirão, conquistando a vaga para a Sul-Americana.

"Virou uma família. O Sobis e o Prass deram mensagens bacanas do espírito de vencedor. Eles eram os que mais treinavam, os que mais se indignavam com o resultado ruim. Foi um negócio muito legal."

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