Ceará é o 16ª time das Séries A, B e C a possuir marca própria; veja levantamento completo

Em entrevista coletiva na segunda-feira, 9, o presidente do Ceará, Robinson de Castro, anunciou a criação da marca própria do clube. A “Vozão” deve estampar os uniformes do Alvinegro até o fim deste ano, com a coleção da próxima temporada sendo lançada nesse mesmo período. A iniciativa promissora já é uma realidade bastante recorrente nos times do Brasil, principalmente para as equipes do Nordeste.

Levantamento feito pelo Esportes O POVO concluiu que 15 das 60 equipes que jogaram as Séries A, B ou C em 2019 possuem sua própria linha de uniformes. O pioneiro foi o Paysandu, que anunciou a marca Lobo em janeiro de 2016, estratégia considerada inovadora à época. Recentemente, os paraenses lançaram um vídeo exibindo os novos modelos de camisa para a próxima temporada, que repercutiu bastante nas redes sociais.

No estado do Ceará, o Fortaleza foi quem tomou a iniciativa, lançando a Leão 1918 em outubro de 2016. Em informação trazida pelo O POVO em setembro deste ano, o tricolor estimava vender mais de 100 mil camisas em 2019, além de faturar cerca de R$ 10 milhões com sua marca própria. No início da temporada, para trazer o atacante Osvaldo, o clube fez um feirão de desconto para vender 4 mil camisas oficiais e contratar o ídolo. A meta foi batida em menos de 24 horas.

Entre as três primeiras divisões nacionais do futebol brasileiro, a Série A é a que tem menos clubes com marca própria. Apenas Fortaleza, Goiás (Green 33), Bahia (Esquadrão) e CSA (Azulão). Lembrando: o levantamento leva em conta quais times disputaram o campeonato ao longo de 2019. Portanto, mesmo tendo sido rebaixado, o CSA entra na conta como um time da Série A, já que esteve na elite ao longo desta temporada.

Na Séries B, cinco times apostam nessa estratégia de mercado. Na Segundona, Coritiba (1909), Atlético-GO (Dragão Premium), América-MG (Sparta), Paraná (Valente), CRB (Regatas). O Botafogo-SP também possui uma marca própria, a Pantera Club, mas que ainda não confecciona os uniformes oficiais do clube, e sim apenas roupas casuais.

A Série C é a divisão onde mais predominam as marcas próprias. Os times do Nordeste são maioria, com Náutico (NSeis), Sampaio Corrêa (Tubarão), Botafogo-PB (Belo 1931), Santa Cruz (Cobra Coral). No Sul e no Norte, apenas o Juvente, com a 19treze, que também foi uma das primeiras do mercado nacional, e o pioneiro Paysandu, com a Lobo.

Apesar de ser uma boa iniciativa que dá mais liberdade na confecção e comercialização dos produtos, marca própria não é adotada por nenhum dos times de maior torcida no Brasil. Por isso, surge o questionamento: se essa iniciativa é tão benéfica, por que os “grandes” continuam com grandes fornecedoras, como Nike, Adidas e Umbro?

A explicação é simples: a maioria dos times do Nordeste não têm torcidas “nacionais”, com uma quantidade muito grande de adeptos em vários estados do Brasil. Portanto, é muito mais vantajoso para o Flamengo, por exemplo, fechar um contrato com a Adidas, que é uma multinacional com várias fábricas pelo país, capaz de atender demanda em todos os estados.

Mesmo que Ceará e Fortaleza possuam torcedores espalhados por todo o Brasil, não chega perto da abrangência de Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Vasco e o já citado Flamengo. Assim, é mais vantajoso fechar parceria com alguma fábrica local, como a Bomache, e produzir seus uniformes com maior liberdade e flexibilidade de comercialização, atendendo às demandas de sua torcida.

Confira os times das Séries A, B e C (em 2019) que possuem marca própria:

Série A

Fortaleza - Leão 1918

Goiás - Green 33

Bahia - Esquadrão

CSA - Azulão

Série B

Coritiba - 1909

Atlético-GO - Dragão Premium

América-MG - Sparta

Paraná - Valente

CRB - Regatas

Série C

Náutico - NSeis

Sampaio Corrêa - Tubarão

Botafogo-PB - Belo 1931

Santa Cruz - Cobra Coral

Juventude - 19treze

Paysandu - Lobo

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