Textor diz que manipulação é realidade e faz reunião secreta para mostrar documento em CPI

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), confirmou que recebeu um relatório com mais de 180 páginas do empresário John Textor

O empresário americano John Textor, dono da SAF do Botafogo, apresentou, na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado Federal, suas denúncias de corrupção no futebol brasileiro. Ainda sem apresentar provas abertas ao público, ele indicou que a manipulação é uma “realidade”. O momento posterior foi marcado por uma “reunião secreta” onde o empresário entregou um relatório contendo, supostamente, nomes de profissionais envolvidos.

A Comissão Parlamentar de Inquérito, em sessão que teve os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Romário (PL-RJ), como presidente e relator, ocorreu nesta segunda-feira, 22. Contando com três horas de interrogatório, o empresário denunciou uma "caixa preta" na forma como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) seleciona os árbitros. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), confirmou que recebeu um relatório com mais de 180 páginas do empresário.

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"O que nós descobrimos é que aqui não é nada diferente do que acontece no resto do mundo, Bélgica, França, em toda a Europa. A manipulação de resultados [no futebol] é uma realidade", disse Textor em inglês, segundo a tradução ao português de suas declarações em uma transmissão aberta do Senado.

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Textor vem denunciando reiteradamente uma suposta corrupção no futebol brasileiro, mas sem apresentar provas. O proprietário da SAF do Botafogo chegou ainda a denunciar que na derrota do Fortaleza por 4 a 0 para o Palmeiras, pelo Brasileirão de 2022, quatro jogadores da equipe cearense "excederam limites que estabeleceriam evidências claras e convincentes de manipulação de jogos".

Ele afirmou ainda que modernas análises digitais de vídeo que contratou conseguiram discernir entre erros de jogadores e condutas irregulares."A imagem do computador nos permite perceber e avaliar as imagens de forma muito mais precisa do que um ser humano é capaz de enxergar", afirmou.

A comissão especial que recebeu o longo documento investiga o suposto envolvimento de jogadores, dirigentes e empresas de apostas na manipulação de resultados de jogos. Em especial, citou exemplos de irregularidades que teriam beneficiado o Palmeiras, campeão do Brasileirão de 2023, para desgosto do Botafogo, que perdeu a liderança de forma inusitada na reta final, após liderar 31 dos 38 jogos e com uma vantagem que chegou a 13 pontos sobre seus perseguidores na tabela.

"Vamos demonstrar de forma conclusiva que o Palmeiras se beneficiou com a manipulação de resultados", disse Textor.

Segundo a Good Game, empresa contratada pelo milionário americano, o seu "método, desenvolvido em quase 15 anos de experiência na análise de dados de desempenho, consegue detectar manipulações em partidas com probabilidade superior a 99%".No início deste mês, o Palmeiras pediu que Textor fosse multado pelas acusações.

À frente do grupo Eagle Football, com participações no francês Lyon, no belga Molenbeek e no inglês Crystal Palace, além do Botafogo, o empresário enfrenta um julgamento por outros motivos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Futebol, que já o multou no passado.

Em novembro, ele foi suspenso e multado por acusar a CBF de corrupção após a derrota de seu time por 4 a 3 para o Palmeiras. Diante dos senadores, ele voltou a atacar a entidade máxima do futebol brasileiro: "Peço que diminuam o poder da CBF [...] Esse jogo vale a pena ser jogado aqui, é hora de limpá-lo", declarou. 

Com Gazeta Esportiva

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