Ninho do Urubu: jogadores morreram lutando pela vida no CT do Flamengo, revela livro
Obra modifica versão divulgada na época da tragédia e relembra que, cinco anos depois, o caso segue sem responsabilizar os culpados
O livro “Longe do Ninho”, recém-lançado pela jornalista Daniela Arbex, revela informações desconhecidas pelas famílias dos adolescentes. Dez jogadores com idades entre 14 e 17 anos morreram em incêndio no Centro de Treinamento (CT) do Flamengo, em 8 de fevereiro de 2019.
Segundo ela, os dez jovens morreram lutando pela própria vida — e pelas vidas dos 14 colegas que estavam no local. A afirmação da jornalista difere da versão divulgada na época do acidente, quando especulou-se que eles morreram na madrugada enquanto dormiam, intoxicados pela fumaça.
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A obra, publicada pela editora Intrínseca, é resultado de uma apuração de dois anos que envolveu quase 10 mil páginas de documentos e cerca de 150 entrevistas.
Além do livro, o audiolivro narrado pela própria autora, Daniela Arbex, e o jornalista esportivo Tino Marcos está disponível na Audible, serviço de audiolivros da Amazon. O título tem duração de 7 horas e 50 minutos.
Autora teve que contar às famílias a verdade sobre a morte dos adolescentes
Arbex ficou encarregada de contar aos pais a verdade sobre como se deu a morte dos garotos naquele dia. Em entrevista à Folha de São Paulo, ela afirma que foi o momento mais difícil da produção da obra.
Daniela também publicou livros sobre o incêndio na Boate Kiss e o desastre de Brumadinho. A escritora acredita que essas obras “jogam luz sobre episódios que muitas vezes acabam caindo no esquecimento”.
Ninho do Urubu: Livro aponta para a impunidade no caso
“Longe do Ninho” aponta que, dos R$ 800 milhões investidos no time principal do Flamengo desde o episódio, menos de 3% foram gastos com a indenização às famílias dos mortos. O clube, inclusive, não quis comentar o ocorrido para o livro.
Oito pessoas já foram indiciadas pelo acidente, em junho de 2019. No entanto, os agentes públicos, que deveriam ter fiscalizado as instalações, e os dirigentes do Flamengo, que já tinham sido alertados para a falta de segurança nas cabines, não foram responsabilizados.