Do bairro de Fátima para a Alemanha: a trajetória do cearense Raffael, ídolo no futebol alemão

Nascido e criado no bairro de Fátima, em Fortaleza, Raffael deu os primeiros passos no esporte no time de futsal da AABB. Na época, nem imaginava que se tornaria ídolo no futebol alemão. Hoje com 35 anos, o meia-atacante cearense tem carreira consolidada após mais de dez temporadas no país bávaro, colecionando feitos como o de ter sido decisivo para a classificação do Borussia M'Gladbach para a Champions League depois de mais de 38 anos.

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Desde 2008 na Alemanha, Raffael já vestiu as camisas do Hertha Berlin, onde foi campeão da segunda divisão atuando ao lado do irmão Rony (ex-Fortaleza), Shalke 04 e M'Gladbach, atual equipe. Com tantos serviços prestados na terra bávara, o jogador obteve a cidadania alemã junto com a família em março.

Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, em live no Instagram, o meia-atacante relembrou a trajetória vencedora, falou sobre a falta de oportunidade na seleção brasileira e comentou sobre defender o clube de coração, o Ceará. Antes mesmo de brilhar por uma equipe brasileira profissionalmente, ele deixou o país. Do futsal, Raffael recebeu o convite para jogar na base do Vitória. De lá foi para o Juventus-SP.

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Quando Raffael havia acabado de subir ao time profissional da equipe paulista, surgiu a proposta do Chiasso, da Suíça, dando início a carreira na Europa. O apoio dos companheiros foi fundamental para que o jogador tivesse sucesso em campo.

"Eu tive muita sorte porque em todas equipes tiveram pessoas que me ajudaram. Tem uma história curiosa. Quando cheguei lá (na Suíça), eu não tinha roupa de frio. Eu usava roupas curtas nos treinos e meus companheiros de equipe já me alertavam que eu precisava me agasalhar. Lembro que todos eles se reuniram e me doaram agasalhos e calças que não usavam mais", comentou.

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Nas temporadas de 2015 e 2016, defendendo o Gladbach, Raffael viveu o auge da carreira. O jogador lembra com carinho da partida decisiva diante do Werder Bremen, que garantiu a classificação do time para a Champions. Guarda na memória também os dois gols marcados no goleiros Neur, do Bayern, um ano depois do Brasil ser goleado pela Alemanha na Copa de 2014.

Na ocasião, o cearense ficou na expectativa por uma chance na seleção brasileira, algo que não se concretizou. Chegou até ser cogitado na seleção da Alemanha, depois que o ex-jogador e ídolo alemão Lothar Matthäus dizer publicamente que não entendia os motivos de Raffael não ser convocado para defender o Brasil.

"Em termos de jogar em alto nível, eu fui muito bem nesse quesito. A equipe se classificou para a Champions. Faltou ser chamado porque estava bem aqui. Faz parte, mas acho que só faltou oportunidade. Foram quatro, cinco anos jogando em alto nível", disse.

Na Champions, a equipe do cearense não teve sorte. Caiu em duas temporadas seguidas em grupos complicados, com Barcelona, Manchester City e Juventus. "Foi o momento máximo da minha carreira. É uma competição que todos desejam. Pena que jogamos contra Manchester City, Barcelona e Juventus. Não tivemos chance de passar para a outra fase. Mas só o fato de jogar aqui, no Camp Nou, nos estádios da Juventus e do Manchester City, foi especial."

Com contrato até julho com o Gladbach, Raffael está aberto as todas as possibilidades e não descarta volta ao Brasil. No País, a preferência é o Ceará, clube do coração. O jogador chegou a ser especulado no Alvinegro no início do ano.

"Vamos esperar para ver o que vai acontecer. Meu plano é continuar jogando. O tratamento da torcida do Ceará me motiva e alegra muito e aumenta minha vontade, de quem sabe um dia, defender as cores alvinegras."

Clubes:

Borussia Monchengladbach-ALE (desde 2013)
Schalke 04-ALE (2012 e 2013)
Dínamo de Kiev-UCR (2012)
Hertha Berlin-ALE (2008 a 2012)
Zurich-SUI (2005 a 2008)
Chiasso-SUI (2003 a 2005)

Títulos:

2010/2011 – Alemão da 2ª Divisão pelo Hertha Berlin
2007 – Campeonato Suíço pelo Zurich
2006 – Campeonato Suíço pelo Zurich

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