Três Graças emplaca bons personagens, mas não garante audiência

Recém-lançada na TV Globo, "Três Graças" se mostra um ótimo novelão com personagens e tramas interessantes, mas ainda não conquistou Ibope

19:59 | Out. 27, 2025

Por: Raquel Aquino
Três Graças: estreia da nova novela das 21 horas na Globo repercute positivamente nas redes sociais por fazer o básico bem feito; confira crítica (foto: Globo/Divulgação)

Nesta segunda-feira, 27, entramos na segunda semana da nova novela de Aguinaldo Silva, “Três Graças”, que sucedeu o polêmico e contraditório remake de “Vale Tudo”. Apesar de ser clamada como “absolute novelão” nas redes sociais e entre os fiéis telespectadores, a trama ainda não emplacou na audiência.

A semana de estreia de “Três Graças” teve média de audiência de 21,5 pontos no Kantar Ibope, número que é recorde negativo para a faixa das 21 horas. Um dos recursos da emissora foi reforçar a divulgação da novela na programação da própria emissora, mas, por enquanto, sem sucesso.

Três Graças: novela faz o bom e bem feito, mas com uma pimentinha

Há não muito tempo, a Globo também vivia recordes negativos de audiência com a trama “Mania de Você”, de João Emanuel Carneiro. Mas, desta vez, há uma diferença marcante: a qualidade. A atual novela “das nove” reúne bons atores, personagens bem construídos e tramas interessantes com boa construção — tudo que a outra carecia.

Mesmo com poucos capítulos ao ar, já temos uma vilã cruel e ambiciosa, que humilha a todos democraticamente. Do lado oposto, uma clássica protagonista pobre coitada, que sequer pode receber uma doação no Pix porque está com a conta no vermelho. 

A trama adolescente acolhe ainda o público jovem e adulto, com peso dramático que envolve até vício em drogas e abandono familiar.

Três Graças aborda gravidez na adolescência e remédio falsificado

Personagens secundários podem ganhar relevância na trama de 'Três Graças'

Os núcleos secundários são um show à parte. Augusto Madeira, o porteiro Rivaldo, é exatamente aquele que todo mundo conhece na vida: o porteiro fofoqueiro, que sabe a vida de todos do bairro e é um aliado sempre que necessário.

Já o multiartista Belo faz o personagem Misael, que ninguém entendeu ainda o que vai fazer, mas já conquistou o carisma de todos. Como ele, só Josefa, de Arlete Salles, uma senhora que ora é sonsa e ora está entregue à demência — cabe ao público adivinhar.