Participamos do

BBB20: três mulheres disputam prêmio em edição marcada por luta contra machismo

Discussões sobre o racismo também ocorreram na casa e Thelma Assis, a única mulher negra da edição, chegou à final junto com Manu Gavassi e Rafa Kalimann
08:43 | Abr. 27, 2020
Autor Correio
Foto do autor
Correio Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Ao anunciar a eliminação de Babu, o apresentador do Big Brother Brasil 20, Tiago Leifert, disse que a casa foi marcada por duas histórias: a do grupo formado pelas mulheres e a de sobrevivência do último brother da edição, que acabou sendo eliminado neste último sábado, 25, com 57,15% dos votos. O Brasil decidiu dar continuidade à história feminina e, agora, Manu Gavassi, Rafa Kalimann e Thelma Assis disputam o prêmio de R$ 1,5 milhão, na noite de segunda-feira, 27.

Esta não é a primeira vez que uma final do programa é formada apenas por mulheres. Em 2014, as paulistas Angela, Clara e Vanessa formaram a primeira final feminina do programa. No BBB 16, duas mulheres chegaram à final, que terminou com a vitória de Munik sobre Maria Claúdia. Na edição de 2017, a estudante Emilly venceu o embate contra as sisters Vivian e Ieda.

A edição de 2020 do BBB foi pensada para ser comemorativa, mas foi além, sendo caracterizada como histórica. A proposta foi ter participantes inscritos e convidados, releituras de provas e lembranças de melhores momentos. Com a quarentena provocada pelo coronavírus, a audiência assídua do programa cresceu e as redes sociais ficaram cheias de pedidos para que o BBB não acabasse. A Globo escutou a solicitação dos fãs e decidiu estender a edição por quatro dias.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Os destaques das narrativas foram as discussões sobre racismo e machismo levantadas na casa. Desde o início, alguns episódios traçaram o caminho de algumas das sisters e brothers. O principal deles foi quando a médica Marcela e a advogada Gizelly Bicalho descobriram um plano dos homens para seduzir as participantes famosas que eram comprometidas.

A ideia era fazê-las “se queimar” com a audiência. Isso, logo nas primeiras semanas, fez com que as mulheres - que assumiam um discurso feminista - fossem alçadas a uma categoria de “fadas sensatas”. Como em outras edições, também houve pelo menos dois participantes acusados de assédio lá dentro - o ginasta Petrix Barbosa e o hipnólogo Pyong Lee.

Ao longo da edição, falas e atitudes diante da médica Thelma e do ator Babu, os únicos negros da casa, foram apontadas pelo público como racistas. Com isso, o debate sobre as opressões de raça e gênero ficaram ainda mais fortes nas últimas semanas.

Após a eliminação de Babu, cada sister teve 30 segundos para justificar o porquê de vencer o BBB20. Manu encontrou dificuldade para apresentar um argumento, mas disse que o prêmio seria o mais especial da vida dela. "Eu não faço a menor ideia e eu sei que eu devia ter uma defesa bem melhor que essa, mas eu realmente não faço a menor ideia, ainda mais com duas pessoas incríveis ao meu lado, que eu amo muito. Mas eu acho que as pessoas de casa devem ter uma ideia", afirmou. "Então, se elas sentem no coração delas, que elas acham que eu tenho que ganhar pela minha trajetória aqui, saibam que vai ser o prêmio mais especial da minha vida inteira, desses 27 anos. Se premiada e aceitar isso, de ver premiada por quem eu sou", completou.

Rafa seguiu raciocínio parecido e frisou a felicidade que estava sentindo naquele momento. "Eu sei que esse é o momento mais importante da minha vida, de falar qualquer coisa, e é a vez que eu menos tenho ideia do que falar. Eu só quero falar para vocês que antes de mais nada eu estou muito feliz, muito orgulhosa, muito obrigada por tudo", agradeceu. "Se vocês acharem que eu mereço de alguma forma ganhar isso aqui, eu vou ser muito feliz. Eu peço a vocês que, por favor, me deixem ganhar, eu estou realizando um sonho", pediu.

Por fim, Thelma potuou o quanto se esforçou para chegar àquele momento. "Eu já me superei de estar nessa final, eu coloquei como objetivo, eu coloquei na minha agenda, eu batalhei, eu foquei, eu me inscrevi e eu estou aqui e eu estou na final", comemorou. "Eu também não sei dizer se eu sou merecedora ou não, quem sabe são vocês, eu estou ao lado de pessoas maravilhosas. Eu sou muito grata por tudo, se vocês acharem que eu mereço, lógico, eu quero ganhar. Mas eu sou muito grata de estar nessa final. Muito obrigada, Brasil", agradeceu.

Raio-x de cada finalista:

Manu
Manoela Latini Gavassi Francisco, ou simplesmente Manu Gavassi, como é conhecida, tem 27 anos. É cantora, atriz, escritora e influencer. A carreira artística começou em 2009, quando ela entrou para o time da Galera Capricho. Ela já participou de novelas da TV Globo como “Em Família” e “Malhação”. Na Disney Channel, estreou a série Z4, em 2018. A personalidade zen e determinada rendeu a ela dentro do BBB o apelido de "fada sensata". A coreografia feita por ela da canção Don't Start Now, de Dua Lipa, foi sucesso no programa e a intérprete britânica foi até convidada para uma live durante uma das festas do reality show.

Manu venceu a Prova do Líder apenas uma vez. Demorou para conseguir a façanha, mas o reinado foi em momento decisivo do jogo. A sister não foi Anjo nenhuma vez, mas esteve no papel do Monstro em duas oportunidades. Em uma delas, protagonizou o Castigo do Monstro e apertou o botão vermelho do Quarto Branco. Ela voltou de três Paredões. Um deles, contra Felipe Prior e Mari, bateu o recorde de mais de 1,5 bilhões de votos. Manu se garantiu na final do reality show após vencer a Prova do Pódio.

Rafa
A mineira de Campina Verde Rafaella Kalimann tem 26 anos e é digital influencer. A sister já tinha tentado entrar no programa em 2014, quando foi inscrita pela mãe. O convite veio para a edição de 2020, quando ela ingressou como parte do grupo Camarote.

Na casa, ela ficou conhecida por seu jeito bonzinho e por sempre tentar evitar uma confusão. Apesar do temperamento tranquilo, a sister protagonizou uma briga com Flayslane, que teve grande repercussão na internet e até virou meme.

Religiosa, a sister chegou a abençoar seus colegas de confinamento com óleo ungido. Rafa ainda é embaixadora da ONG Missão África e promove missões religiosas no continente. Ela também é madrinha do Hospital do Câncer de Goiás e Residencial JK.

Rafa venceu a Prova do Líder duas vezes e foi Anjo uma vez. A influencer esteve em três paredões, mas conseguiu escapar do Castigo do Monstro.

Thelma
A única integrante da pipoca entre as finalistas, Thelma Regina Assis é médica anestesiologista e passista da Mocidade Alegre. A paulistana tem 35 anos. Junto com o Babu, ela foi responsável por trazer o debate sobre o racismo à tona na edição.

Para se tornar médica, ela estudou por três anos para o vestibular por não tem condições para pagar uma faculdade particular. Por fim, Thelma conseguiu uma bolsa de 100% em uma instituição de ensino e teve que passar algumas dificuldades para conseguir concluir a graduação.

O marido de Thelma, Denis, foi quem a inscreveu para participar do programa. O casal está junto há dez anos. A sister gosta de sambar na quadra da Mocidade Alegre quando não está dando plantão em um dos quatro hospitais onde trabalha.

O bom relacionamento da médica com os colegas da casa fez com que ela fosse imunizada pelo Anjo duas vezes. A paulista venceu a Prova do Líder também duas vezes. Uma das vezes em que colocou a mão na coroa foi após protagonizar a prova mais longa do reality show: 26h de resistência em um carrossel. Ela não venceu a Prova do Anjo nenhuma vez e encarou o Castigo do Monstro, quando teve que se vestir com roupas, peruca e gaiola como de Solange, participante do BBB4. A médica voltou de quatro paredões.

Via Rede Nordeste

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar