Autotestes: saiba mais sobre eficácia, coleta e notificação de casos

O médico Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury de São Paulo, conversou com a Rádio O POVO CBN sobre a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Por causa da grande quantidade de casos de contaminação pela variante ômicron, os autotestes poderão ser feitos já no primeiro dia de sintomas, apesar de o cenário ideal ser de realização da testagem a partir do terceiro dia. A informação é do médico Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury de São Paulo, que conversou com a Rádio O POVO CBN nesta terça-feira, 1º. Conforme ele, casos leves da doença correm o risco de não serem detectados no autoteste se feito após o quinto dia de sintomas.

 

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Confira os principais trechos da entrevista:

Importância do aprovação do autoteste

- "Foi uma medida bastante inteligente da Anvisa, liberar esses autotestes é uma maneira de você tornar acessível o uso do exame, já que é muito grande o número de pessoas as quais talvez tenham dificuldade de procurar um laboratório. As farmácias especialmente, que vão oferecer esses testes, estão em todos os lugares, todo mundo tem uma farmácia perto de sua casa".

Problemas com a coleta do material

- "Nós temos comparado produtos que são usados no laboratório e a gente vê que existe uma diferença de qualidade em relação aos autotestes, especialmente quanto à coleta do material. Uma coisa é a pessoa colher o material, por exemplo numa farmácia, e mandar para um laboratório e lá eles realizaram o teste. Outra coisa é quando a pessoa colhe e ela mesma faz o teste".

Notificação dos casos positivos

- "Nós precisamos tomar um certo cuidado. Os laboratórios informam diariamente ao Ministério da Saúde, dentro de um sistema criado para notificar sobre os casos positivos, onde se coloca: nome, endereço, nome do médico, todos os detalhes. Não existe um sistema dessa forma para as farmácias ou muito menos para o indivíduo que fizer o teste em casa. Então, essa sua preocupação é super procedente, porque a gente pode deixar de contar os casos, pessoas que talvez fossem no laboratório e em caso positivo teriam o nome passado ao Ministério da Saúde, com o teste em casa, isso pode não acontecer".

Com quantos dias de sintomas o teste pode ser realizado

- "Quando a pessoa tem sintomas, ela pode fazer [o autoteste] até no primeiro dia de sintomas, o que acontece é que no terceiro dia a eficácia do teste é maior. Isso foi uma outra observação que a gente fez. A quantidade de vírus que a pessoa com a Ômicron tem é muito maior do que aquilo que a gente estava acostumado a ver. Por isso, ela é muito mais transmissível. Outro detalhe: se a pessoa tiver a doença muito leve, achar que é só um resfriado e deixar para fazer o teste só no sexto ou sétimo dia pode ser que mesmo com Covid-19, o exame dê negativo, já que existe uma janela ideal para sua eficácia, a qual está entre o primeiro e quinto dia".

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Autotestes de Covid-19 Covid-19 Ômicron Anvisa

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