Chanceler alemão promete lutar contra "minoria de extremistas" antivacinas

A Alemanha tem um forte movimento de oposição às restrições desde o início da pandemia

O novo chanceler alemão Olaf Scholz prometeu nesta quarta-feira, 15, mobilizar os recursos do Estado contra o que chamou de "minoria de extremistas" antivacinas, após ameaças de morte procedentes deste movimento contra um governante regional e várias manifestações.

"O que existe atualmente na Alemanha é a negociação da realidade, as histórias de conspiração absurdas, a desinformação deliberada e o extremismo violento", lamentou o chefe de Governo diante do Parlamento, antes de prometer uma resposta "utilizando todos os recursos de nosso Estado de direito democrático".

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"Sejamos claros: uma pequena minoria em nosso país se afastou de nossa sociedade, de nossa democracia, de nossa comunidade e de nosso Estado, e não apenas da ciência, da racionalidade e da razão", disse no Parlamento o social-democrata Scholz , que sucedeu na semana passada a conservadora Angela Merkel como chefe de Governo.

A polícia da Saxônia, leste da Alemanha, apoiada pelas forças especiais de intervenção, iniciou uma operação nesta quarta-feira em Dresden, depois que o ministro-presidente regional recebeu ameaças de morte por parte de opositores à vacinação em um canal do Telegram, anunciaram as autoridades.

A operação, em vários pontos de Dresden, acontece após a infiltração de jornalistas do canal público ZDF em um grupo do aplicativo de mensagens criptografadas Telegram em que ameaças de morte foram supostamente feitas contra Michael Kretschmer, ministro-presidente da Saxônia que pertence ao partido conservador CDU e é favorável à vacinação.

"As declarações de alguns membros do grupo sugerem que eles poderiam estar de posse de armas", afirmou a polícia em um comunicado, sem especificar se aconteceu alguma prisão.

No dia 8 de dezembro, a justiça alemã abriu uma investigação após a exibição de uma reportagem na televisão que revelou o conteúdo das mensagens deste grupo do Telegram com uma centena de membros, "unidos por sua oposição à vacina, ao Estado e à política de saúde atual", afirmou o Ministério Público.

As mensagens de áudio defendiam a oposição, "com armas se necessário", às medidas em vigor, e citavam os líderes políticos, em particular Kretschmer.

A justiça suspeita da "preparação de um crime violento que ameaça o estado", explicou a polícia.

A Alemanha tem um forte movimento de oposição às restrições desde o início da pandemia.

O movimento está particularmente presente na Saxônia, land que integrava a ex-Alemanha Oriental, uma das regiões mais afetadas pela atual onda de contágios de covid-19 e que tem uma taxa de vacinação inferior à média nacional.

 

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