Ceará continuará a vacinar adolescentes apesar da recomendação do Ministério

Pasta defende que imunização desse grupo é essencial para diminuir circulação do coronavírus. Decisão foi tomada após reunião da Comissão Intergestores Bipartite na tarde desta quinta, 16

O Ceará continuará vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, com ou sem comorbidades, contra a Covid-19. Secretaria da Saúde (Sesa) anunciou medida por meio de nota nesta quinta-feira, 16. Pasta defende que imunização desse grupo é essencial para diminuir circulação do coronavírus. Decisão foi tomada após reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB-CE) realizada na tarde desta quinta. 

O Ceará já vacinou 196.835 adolescentes, sem registros de eventos adversos pós-vacinação (EAPVs) graves. "A Sesa entende que a imunização desse grupo populacional é fundamental para as metas de diminuição de circulação viral e consequente abrandamento dos efeitos da pandemia e prosseguimento do plano de retomada das atividades econômicas no Estado", divulgou a pasta por meio de nota.

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A Sesa e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems-Ce) anunciaram apoio ao Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). As entidades cobraram posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre autorização do uso da vacina da Pfizer no público entre 12 e 17 anos. Conselhos defendem que a nota da suspensão foi "baseada em uma decisão unilateral".

Posição do Ministério

O Ministério da Saúde (MS) recomendou, por meio de nota técnica, a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades. A nota da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 afirma que a vacinação deve acontecer apenas em adolescentes de 12 a 17 anos com deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade. 

"Então, meus amigos 5.517 secretários de Saúde do Brasil, sigam a recomendação do PNI (Programa Nacional de Imunização). Não dá para o Ministério da Saúde se responsabilizar por condutas que são tomadas fora das recomendações sanitárias do País", disse. 

Conforme o ministro, a recomendação é que quem já recebeu uma dose não deve tomar a segunda, "por uma questão de cautela".

"Nós já temos evidências científicas com relação às vacinas que tem registro definitivo na Anvisa. As evidências são conclusivas naquele público estudado, mas em relação aos outros subgrupos essas evidências estão sendo construídas", justificou. 

Especialistas rebatem argumentos

Conforme Ethel Maciel, pós-doutora em Epidemiologia pela Johns Hopkins University e professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), "o que o Ministério da saúde fez hoje no Brasil foi uma campanha anti-vacina". A pesquisadora criticou a medida por meio do Twitter.

"Levem seus adolescentes para vacinarem assim que puderem. O problema não é apenas a morte, mas sequelas permanentes que podem acometer esses adolescentes e podem impactar a vida deles. A Pfizer está aprovada pela Anvisa, é segura", defendeu. 

"É verdade que a maioria dos adolescentes não terá caso grave, mas quanto mais gente vacinada, mais difícil pro vírus circular", rebateu o epidemiologista Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Adesão dos estados 

Em São Paulo, a vacinação de adolescentes será mantida. Governo paulista criticou a decisão do Ministério. O Governo do Distrito Federal e as prefeituras de Salvador (BA) e Natal (RN) já anunciaram que vão deixar de vacinar adolescentes sem comorbidades. 

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nota afirmando que a vacinação de todos os adolescentes é "segura e será necessária". O texto ressalta que deve ser priorizado neste momento aqueles com "comorbidade, deficiência permanente e vulneráveis, como os privados de liberdade e em situação de rua". Nesta quinta-feira, 16, o Conselho oficializou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária pedindo explicações sobre a vacinação dos adolescentes.

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