Pesquisadores brasileiros testarão derivado da maconha para tratar Covid longa

Estudo com voluntários quer avaliar propriedades anti-inflamatórias do canabidiol na redução de sintomas como fadiga, insônia e dores de cabeça

Cientistas brasileiros preparam o primeiro estudo com testes em humanos sobre os efeitos do canabidiol (CBD), componente sem efeito psicoativo da maconha, no tratamento da síndrome pós-covid-19. Especialistas acreditam que propriedades anti-inflamatórias do CBD sejam eficazes na redução de sintomas relatados pelos pacientes.

A hipótese é que a substância possa ser útil porque ela já tem eficácia comprovada contra outros casos inflamatórios semelhantes. Isso porque parte dos sintomas persistentes decorre de uma resposta imunológica exagerada do organismo ao coronavírus, a chamada "tempestade inflamatória".

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Conforme o jornal Estado de S. Paulo, o estudo será coordenado por pesquisadores do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor) em parceria com a empresa Verdemed. A empresa, que tem sede no Canadá e conta com sócios brasileiros, é especializada em medicamentos à base de cannabis e atua com foco na América Latina.. 

O que é a Covid longa ou síndrome pós-Covid?

 

A infecção provocada pelo novo coronavírus, o Sars-CoV-2, é inicialmente respiratória. Mas pode se tornar sistêmica. Ataca, então, múltiplos órgãos. Em geral, a doença dura poucos dias. Mas de acordo com estatísticas internacionais, pelo menos um a cada 10 pacientes relata sintomas dois meses depois do diagnóstico de Covid-19. 

Fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, dores musculares e nas articulações e dor no peito e desconforto são algumas das queixas mais frequentes.

Sem um nome definitivo, esse conjunto de sintomas persistentes é chamado de “Síndrome Pós-Covid”, “Covid longa”, “Covid persistente” ou “Covid prolongada”. O nome oficial e as classificações destas complicações da Covid-19 devem ser definidos em breve por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Uso medicinal da maconha no Brasil

 

Em 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou por meio da resolução 327 o uso de medicamentos derivados da maconha e permitiu sua venda em farmácias. Essa autorização permite o cultivo legal da canabis no Brasil. Pela primeira vez, o País permitiu o registro desses produtos, desde que fabricados por laboratórios que cumpram uma série de exigências. Entre elas, a apresentação de estudos clínicos no prazo de cinco anos.

Uma comissão especial da Câmara dos Deputados já aprovou um projeto de lei que autoriza que empresas façam o cultivo da planta com fins científicos ou medicinais. A regra, porém, ainda precisa ser votada no Senado e, se for aprovada, ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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