Estudo investiga infecção por Covid-19 em animais silvestres no Ceará

Objetivo da pesquisa é observar se os animais são hospedeiros ou suscetíveis à infecção pelo Sars-CoV-2 ou a outros vírus da família coronavírus

No Ceará, foi iniciado um estudo de campo para investigar a detecção do vírus Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, em animais silvestres. Nesta etapa, a pesquisa está analisando a presença do vírus em morcegos no Estado. O projeto “Detecção de coronavírus em animais silvestres” é coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Ceará José Luis Passos Cordeiro, em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Museu Nacional (UFRJ) e Museu de História Natural do Ceará (MHNC/Uece).

Inicialmente, os animais estão sendo capturados às margens da Lagoa da Precabura, localizada na sede da Fiocruz Ceará, no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As atividades estão sendo realizadas pelos pesquisadores Giovanny Mazzarotto (Fiocruz CE), Marcione Oliveira (MN), Nádia Cavalcante (MHNC/Uece) e Beatriz Almeida (MHNC/Uece). 

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De acordo com a Fiocruz Ceará, a captura dos animais é feita por meio de redes instaladas estrategicamente em regiões de alta circulação dos morcegos. Depois de identificar as espécies capturadas, os especialistas coletam as amostras com teste tipo RT-PCR swab (com o cotonete), para a identificação do Sars-CoV-2 e de outros tipos de vírus.

As amostras do material biológico coletado serão analisadas pelos Laboratórios de Virologia Comparada e Ambiental e de Vírus Respiratórios e Sarampo, ambos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O objetivo é observar se os morcegos são hospedeiros ou suscetíveis à infecção pelo Sars-CoV-2 ou a outros vírus da família coronavírus. Os resultados obtidos ajudarão a mapear e entender a circulação viral e a dinâmica da doença.

Na próxima etapa do projeto, a coleta será ampliada para a detecção do vírus em pequenos mamíferos, os roedores. O estudo terá continuidade na cidade de Pacoti, no Maciço de Baturité, município que abriga o Museu de História Natural do Ceará. A pesquisa faz parte de uma rede de colaboração para vigilância de coronavírus circulantes em animais silvestres e se integra à Rede Genômica da Fiocruz, no rastreio de variantes. 

O programa é um dos quatorze projetos aprovados, em dezembro de 2020, no Edital INOVA/Fiocruz Ceará/FUNCAP que destinou R$ 2 milhões para projetos de respostas rápidas para o combate da pandemia.

Pandemia 

Entre as diversas teorias do surgimento da Covid-19, que ocasionou uma pandemia pela doença, estão a de que o vírus é originário de morcegos, assim como a maioria dos outros coronavírus e que houve um fenômeno chamado de “transbordamento zoonótico”. Esse fenômeno ocorre quando um patógeno que acomete animais sofre mutação e passa a infectar humanos.

A epidemia começou na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019, mas rapidamente se espalhou para o mundo. As principais teorias levantadas incluíam o contato entre um ser humano e um morcego infectado. Apesar de serem historicamente discriminados, os morcegos têm importante papel no equilíbrio dos ecossistemas.

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A Fiocruz explica que as todas as espécies do animal são importantes, desde as que que se alimentam de insetos e assim ajudam a controlar pragas e vetores de doenças, como as arboviroses, até aqueles morcegos comedores de frutas ou néctar que ajudam na dispersão de sementes e polinização de uma grande variedade de plantas de importância econômica. 

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