Dose de reforço deveria ser aplicada com 70% da população vacinada, diz virologista

Especialista destaca que o percentual equivale à chamado imunidade coletiva e que seria também o início para uma revacinação, pois a população estaria com o primeiro esquema vacinal completo

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nessa quarta-feira, 25, a aplicação de uma terceira dose (D3 ou dose de reforço) da vacina contra a covid-19 a partir de 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos, pessoas cujo sistema imunológico está comprometido por alguma condição de saúde. Em entrevista à rádio O POVO CBN, nesta quinta-feira, 26, o virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Flávio Guimarães, orientou que é necessário focar esforços para completar 70% da vacinação na população em geral antes de começar a aplicação da D3.

O reforço da imunização tem sido defendido por especialistas após estudos científicos preliminares apontarem que a proteção induzida pelas vacinas cai ao longo do tempo, especificamente após seis meses da finalização do esquema vacinal, ou seja, da aplicação da segunda dose (D2). Conforme Flávio, com os resultados dos estudos, está sendo proposto mundialmente uma dose de vacina de reforço, seja de qual vacina for, para fortalecer a imunidade das pessoas.

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O virologista destaca que existe um número de segurança que equivale à chamado imunidade coletiva e que seria também o início para uma revacinação, pois a população estaria imunizada com o o primeiro esquema vacinal. “Esse número é de 70%, aproximadamente. Nós deveríamos focar esforços e completar pelo menos 70% da vacinação na população em geral antes de começar a aplicar a terceira dose, ou dose de reforço”, aponta. No Ceará, 24% da população está imunizada com as duas doses, e Fortaleza tem cerca de 40% de imunizados.

Na primeira etapa da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, grupos prioritários, entre idosos, pessoas com comorbidades e profissionais da saúde, foram os primeiros a serem imunizados contra a doença. No caso da D3, a logística de vacinação também seguiria dessa forma, com grupos prioritários, como anunciou nessa quarta, 25, o Ministério da Saúde, que pretende reforçar a imunização para idosos e imunossuprimidos. 

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O virologista ressalta que na dose de reforço existem duas razões para entender o porquê de esses grupos serem imunizados primeiro novamente. “São grupos mais susceptíveis a desenvolver doenças graves, que são os idosos acima de 70 anos e os grupos de pessoas que apresentam imunossupressão, ou seja, que o sistema imune não funciona bem. Eles foram os primeiros grupos a serem vacinados na campanha de imunização contra a Covid-19, e esses grupos já têm em torno de seis meses que tiveram a aplicação da segunda dose, ou seja, já finalizaram o esquema vacinal”, destacou em entrevista ao jornalista Jocélio Leal.

Na aplicação das vacinas, Flávio destaca que existem alguns estudos que mostram que a combinação de duas vacinas diferentes no primeiro regime vacinal funciona bem, no caso da Astrazeneca e da Pfizer. Na dose de reforço, ainda não há estudos concluídos para saber se é eficaz a aplicação de uma marca de vacina diferente da que foi aplicada na D1 e na D2.

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