Ceará tem incidência de Covid-19 "extremamente alta", aponta Fiocruz

Estado se encontra entre 10 unidades federativas do Brasil com taxa de incidência superior a 10. A média diária do número de casos de Covid-19 no Estado diminuiu 4,6% e do número de mortes, 2,2%. Dados estão dispostos em boletim da Fundação Oswaldo Cruz

Com taxa de 11,8 casos por 100 mil habitantes, incidência de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) no Ceará é considerada “extremamente alta” pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira, 18, o Estado se encontra entre 10 unidades federativas do Brasil com taxa de incidência superior a 10. O documento destaca que casos de SRAG no País hoje são, em sua maioria, por infecção do Sars-CoV-2 e de caráter grave, isto é, envolvem hospitalização e/ou morte.

Boletim se refere às semanas epidemiológicas (SE) 22 e 23 de 2021 (30 de maio a 12 de junho). Nesse período, a média diária do número de casos de Covid-19 no Estado diminuiu 4,6% e do número de mortes, 2,2%. A primeira porcentagem posicionou o Ceará e o Amapá à parte do País, que de modo geral apresentou estabilidade nos indicadores. Nas duas semanas analisadas, o Brasil teve média de 67 mil casos e 2 mil óbitos por dia. Fiocruz alarma para possível agravamento nos próximos dias, com a chegada do inverno.

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No documento, a Fundação também analisa indicadores de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dedicados a pacientes com Covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os dias 7 e 14 de junho, o Ceará teve melhora de cinco pontos percentuais (93% para 88%) na taxa de ocupação de UTI adulto, embora ainda esteja em nível de alerta crítico. Fortaleza é uma das nove capitais com ocupação de UTI adulto iguais ou superiores a 90%. No território fortalezense, a taxa encontra-se em 91%.

Em comparação com dados da primeira semana epidemiológica do ano (3 a 9 de janeiro), a semana 22 apresentou um “rejuvenescimento” mediana das mortes. Segundo a Fiocruz, mais da metade dos casos internados (incluindo em UTI) e óbitos ocorrem no Brasil não em idosos acima de 60 anos, e sim em adultos de 20 a 59 anos. Na SE 22, a idade média de casos internados foi de 52,5 anos, enquanto a SE 1 apresentou 62,3 anos. Já as internações saíram de 66 anos na SE 1 para 61,2 anos na SE 22.

A presença da faixa etária idosa em leitos de UTI também teve diminuição significativa. A idade média de pacientes em terapia intensiva foi de 64,1 anos na SE 1 e chegou a 54,1 anos na SE 22. “A faixa etária de 60 a 69 anos apresentou queda. Comparada às faixas etárias mais longevas, a redução para esta faixa etária é menor, mas aumentou substancialmente nos últimos 15 dias, e sugere o benefício da vacinação já de forma perceptível também para esta faixa etária”, analisa a Fiocruz no boletim.

Este processo de rejuvenescimento é preocupante, explica a Fundação. “Especialmente para um país cuja estrutura etária ainda é relativamente jovem. O que virá, com a manutenção deste quadro será verdadeiramente uma onda: de incapacidade e condições crônicas para brasileiros jovens, que perderão em qualidade de vida e capacidade produtiva, caso a gestão da pandemia persistir como um experimento natural, sem intervenção efetiva, e sem um plano que anteveja problemas de longo prazo”, pondera.

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