Sem hidroxicloroquina, estudo identifica 13 medicamentos com potencial contra a Covid

Foram identificados quatro medicamentos comprovados clinicamente e outros nove compostos em outros estágios de desenvolvimento, com forte potencial para serem utilizados como medicamentos orais contra o coronavírus.

Em estudo publicado na revista Nature Communications, cerca de 13 medicamentos orais foram identificados com forte potencial para reaproveitamento para a Covid-19. Os antídotos estão em estágio de aprovação ou em estágio de desenvolvimento, com foco de uso no início da infecção para evitar a evolução do quadro para grave ou até mesmo a morte. Pesquisa foi divulgada na última quinta, 3.

Segundo informações da revista Veja, os pesquisadores do Scripps Research Institute avaliaram a listagem de medicamentos ReFRAME, criada em 2018 para lidar com necessidades médicas urgentes não atendidas. Lá estão medicamentos e outros compostos experimentais testados quanto à segurança em humanos. Foram realizadas testagens em mais de 12 mil drogas, em dois tipos diferentes de células humanas infectadas pelo coronavírus. Após 24h ou 48h, o nível de infecção viral nas células foi medido para determinar se os medicamentos impediam a replicação do vírus. 

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De um total de 90 medicamentos apontados, 13 registraram maior potencial para reaproveitamento em terapias no início da infecção pela doença. Todos os compostos têm administração oral - quatro deles são aprovados clinicamente e outros nove são compostos em estágio de desenvolvimento.

Um deles foi o Remdesivir, até então o único antiviral aprovado para tratamento da Covid-19. A hidroxicloroquina, amplamente divulgada por bolsonaristas e já cientificamente comprovada sem eficácia para a Covid-19, teve o seguinte resultado na pesquisa: "No entanto, a falha da hidroxicloroquina em atender aos desfechos clínicos no tratamento de Covid-19 sugere que esses compostos podem não ser eficazes como terapias de primeira linha", citam os pesquisadores.

Outros 19 medicamentos utilizados em conjunto com o Remdesivir foram identificados com potencial para o tratamento da doença. Funcionariam como coquetéis, nos quais os pacientes receberiam medicamentos diferentes para tratar as infecções por HIV, por exemplo.

Caso haja interesse, os medicamentos podem avançar para testes clínicos. Para o presidente da Scripps Research, Peter Schultz, os resultados aumentam a possibilidade de uma série de caminhos promissores para o combate ao Sars-CoV-2. "Identificamos drogas existentes promissoras e também estamos aproveitando nossas descobertas para desenvolver antivirais otimizados que serão mais eficazes contra SARS-CoV-2, incluindo variantes e cepas resistentes a drogas, bem como contra outros coronavírus que existem atualmente ou podem surgir no futuro".

 

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