RN confirma primeiro caso de mucormicose em paciente que teve Covid-19

Paciente é uma mulher de 42 anos que confirmou o fungo através de biopsia. Atualmente reagindo bem ao tratamento, ela está internada em hospital da capital, Natal, e tem previsão de alta para os próximos dias

Rio Grande do Norte registrou nesta segunda-feira, 7, primeiro caso de infecção por mucormicose em paciente que teve Covid-19. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), paciente é uma mulher de 42 anos que confirmou o fungo através de biopsia. Atualmente reagindo bem ao tratamento, ela está internada em hospital da capital, Natal, e tem previsão de alta para os próximos dias. As informações são do portal G1.

Equipes de vigilância da Sesap e da Secretaria Municipal de Saúde de Natal investigam o caso, exames, histórico de movimentação da paciente e progresso da situação clínica. A mulher teve um quadro leve de Covid-19, segundo Juliana Araújo, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Natal. “Nesse período ela notou uma afta na região do palato que não teve melhora. Ela foi encaminhada para o serviço de saúde para possível tratamento e, de lá, foi encaminhada para os hospitais de referência”, disse.

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Este é o segundo caso de mucormicose em paciente que tem ou teve Covid-19 no Nordeste do País. Mulher de 56 anos foi diagnosticada com o fungo neste domingo, 6, em Pernambuco. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde de Pernambuco, a paciente não foi hospitalizada enquanto tratava a patologia e fez uso de antibiótico e corticoides. Ela também realizou procedimento cirúrgico na região afetada pelo fungo, a boca.

“A mucormicose é uma doença já conhecida, que ocorre em todo o mundo. Apesar da gravidade, a doença não passa de uma pessoa para outra e o diagnóstico precoce é o mais importante, para evitar a necrose dos tecidos infectados pelo fungo”, explicou o infectologista Demetrius Montenegro em entrevista ao Jornal do Commercio.

Frisa-se que nenhum dos contatos próximos ao caso apresentou essa doença fúngica, que não representa nem risco aos familiares nem à comunidade. É importante ressaltar que a doença está ligada à baixa imunidade e uso prolongado de corticoide e antibióticos.

A doença

A mucormicose é uma doença conhecida há mais de um século, causada por fungos da ordem Mucorales, que têm dezenas de espécies e existem por toda parte. Assim como outros fungos potencialmente inalatórios, afeta comumente pacientes com o sistema imunológico debilitado, podendo acometer nariz e outras mucosas.

Os sintomas variam de acordo com a localização da infecção. Nos pulmões, pode haver tosse, expectoração e falta de ar. Na face e nos olhos pode ocorrer vermelhidão intensa e inchaço.

A causa dessa enfermidade é a inalação dos esporos dessas espécies de fungo, que estão normalmente presentes no ambiente, com destaque para locais com matéria orgânica em decomposição no solo, plantas, excrementos de animais e outras. Casos são raros, mas não são inusitados.

Estão mais vulneráveis a essa doença fúngica, principalmente, os imunodeprimidos (idosos, diabéticos, pacientes oncológicos, transplantados, casos de Aids não controlada, pessoas em tratamento quimioterápico e/ou com uso de corticoides).

O tratamento para a doença depende do avanço da infecção e inclui remoção cirúrgica dos tecidos necróticos e uso de drogas antifúngicas de uso intra-hospitalar. O diagnóstico, após a suspeita clínica, é feito com biópsia do local afetado para microscopia e cultivo.

No Brasil, em 2021, já foram notificados 29 casos da mucormicose, dos quais pelo menos quatro são investigados pela associação com a Covid-19.

Com Jornal do Commercio

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