Prefeito de Quixadá decreta paralisação de serviços essenciais no município

Ricardo Silveira, prefeito do município de Quixadá, decretou a paralisação de atividades essenciais, como farmácias, bancos e supermercados, de 16 a 23 de maio. Ao O POVO, ele falou sobre a decisão e o aumento dos casos na região devido à nova variante do coronavírus

Enquanto a flexibilização do isolamento social rígido segue na Capital cearense, o município de Quixadá paralisa, inclusive, os serviços essenciais devido ao aumento de casos do coronavírus na região do Sertão Central. Farmácias e supermercados, por exemplo, devem funcionar apenas por entrega a domicílio, o chamado delivery. Já nos bancos, apenas o autoatendimento está permitido.

O decreto de restrição das atividades econômicas, além da circulação nos espaços e vias públicas, passa a valer a partir da meia-noite deste domingo, 16. A previsão de encerramento é às 23h59min do próximo domingo, 23.

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“O Sertão Central enfrenta o pior momento da pandemia”, afirmou Ricardo Silveira, prefeito de Quixadá, em entrevista à Rádio O POVO/CBN, neste sábado, 15. O gestor destacou não só a incidência de casos na região, mas a letalidade da nova variante do coronavírus. “Muitas pessoas estão morrendo, e a gente fica numa situação complicadíssima.”

Segundo o prefeito, a nova variante tem “fugido de todos os critérios epidemiológicos”, e a maior incidência da doença está, hoje, entre os jovens. Ele alerta sobre as constantes festas clandestinas. “Teve ocasiões que identificamos 28 jovens contaminados em uma festa”, detalhou.

De acordo com Ricardo Silveira, também foram observadas diversas aglomerações nos supermercados. Apesar de o poder público ter estabelecido em outro momento a redução do número de pessoas no interior dos estabelecimentos, a decisão não foi acatada.

“O efetivo que nós temos de fiscalização não é tão grande. A gente está pedindo a força do Estado para nos ajudar na fiscalização... A gente está utilizando toda forma de comunicação para que realmente possa conscientizar a população”, ressaltou. O prefeito disse que tem agido em conjunto com as secretarias para desenvolver uma campanha efetiva para reduzir a propagação da doença.

Os municípios vizinhos já haviam antecipado as medidas mais rígidas em relação ao enfrentamento da doença, com orientação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). “(O MPCE) notificou o município de Quixadá também”, confirmou.

O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), orientou a decisão nesse mesmo sentido, disse o prefeito da maior cidade do Sertão Central. “Não houve outra alternativa, a não ser a gente aderir também o decreto que praticamente todos os municípios do Sertão Central aderiram”, contou Silveira.

Medidas

Ricardo Silveira salientou que a gestão duplicou a quantidade de leitos de enfermaria em Quixadá em 2021. Além da medida, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi instalada no município. “Houve um aumento significativo de toda a estrutura hospitalar neste ano. Graças a deus, hoje, nós não estamos com as unidades hospitalares lotadas”.

Apesar disso, Quixadá exerce uma função de núcleo para as cidades vizinhas. Segundo o prefeito, a adoção das medidas restritivas servem “para evitar um futuro problema”. “É uma preocupação por parte do município. Se os outros municípios adotassem uma medida restritiva, e Quixadá não adotasse, iria ter uma migração dessas pessoas para o município de Quixadá. Invariavelmente, isso iria causar um aumento significativo na nossa cidade”, explicou.

Repercussão

Perguntado sobre como o empresariado reagiu ao Decreto N° 32/2021, o prefeito assegurou que, caso fosse realizada uma pesquisa de opinião pública com a sociedade quixadaense, seria possível dimensionar o apoio à deliberação. “A maioria da população está adepta à decisão que nós tomamos. Inclusive, nós ouvimos vários segmentos da sociedade”.

Ricardo Silveira disse que conversou com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). “A gente nunca tomou decisão isoladamente”, reitera. O gestor enfatiza que, nas mídias sociais, há manifestos públicos de concordância às medidas de restrição.

Ao mesmo tempo, o prefeito pede compreensão. “Alguns setores da economia, já fragilizados devido a tanto tempo de pandemia, inquestionavelmente também vão querer alegar. Inclusive os supermercados que não tiveram ainda os serviços interrompidos. Mas é preciso a compreensão. São poucos dias. A gente pede a compreensão de todos, tendo a certeza de que este momento tão difícil que nós estamos enfrentando no Sertão Central vai passar. Logo, se Deus quiser, em breve, nós vamos retomar todas as atividades essenciais do município.

O que está proibido em Quixadá:

  • Bares e depósitos de bebidas;
  • Restaurantes, lanchonetes, padarias, farmácias e estabelecimentos congêneres, permitindo, exclusivamente, o funcionamento por serviço de entrega, inclusive por aplicativo, conhecido como delivery;
  • Tempos, igrejas e demais instituições religiosas, salvo as celebrações religiosas realizadas de forma virtual;
  • Atividades artísticas, teatrais e congêneres de natureza pública ou privada, realizadas em locais abertos ou fechados;
  • Academias, clubes, centros de ginástica e estabelecimentos similares;
  • Lojas, estabelecimentos do comércio ou que prestem serviços de natureza privada, inclusive óticas;
  • Mercados públicos de comércio de alimentos, supermercados, mercadinhos e estabelecimentos congêneres, permitido exclusivamente o funcionamento por serviço de entrega, entendido como delivery;
  • Estabelecimentos de ensino para atividades presenciais em todas as idades e séries, sendo permitido o funcionamento de forma virtual;
  • Instituições bancárias e casas lotéricas, sendo permitido apenas o funcionamento do autoatendimento;
  • Atividades da construção civil e atividades afins, inclusive estabelecimentos que comercializem produtos desse ramo de atividade;
  • Indústrias e fábricas de qualquer natureza;
  • Feiras livres, bancas e exposições comerciais de qualquer natureza;
  • Concessionárias, salvo o funcionamento de oficinas e borracharias que estejam inseridas na área compreendida como “linha verde”;
  • Barracas de lagoas, rios ou quaisquer outros locais de uso coletivo em que possa ocorrer aglomeração de pessoas;
  • Eventos e realização de festas de qualquer natureza, em ambiente aberto ou fechado, seja público ou privado;
  • Prática de atividades físicas individuais ou coletivas em espaços públicos ou privados.

 

Com informações da jornalista Maísa Vasconcelos
Rádio O POVO CBN

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