Ceará notifica quase mil casos suspeitos de reações adversas às vacinas contra a Covid-19

87% das pessoas com reações adversas tiveram apenas sintomas leves, mas entre os pacientes que evoluíram para quadro grave, houve registro de pelo menos 84 mortes. Em nota, a Sesa informa que as mortes não tiveram relação causal com a vacina contra a Covid-19

Atualizado em 29/04/2021, às 19 horas

O Estado do Ceará notificou, até o último dia 19 de abril, 916 Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) supostamente associados às vacinas contra a Covid-19. Desses, 611 casos são de pessoas imunizadas com a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e 305 estão relacionados a quem recebeu a vacina Astrazeneca/Oxford. Os números constam em uma nota técnica divulgada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), nesta quarta-feira, 28.

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De acordo com o documento, pelo menos 73 dos 184 municípios cearenses notificaram casos suspeitos de EAPV desde o início da campanha de imunização no Estado, em 18 de janeiro. Os sintomas mais comuns foram febre, cefaléia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular), calafrios, diarreia, desconforto abdominal, edema, dor localizada, náusea, prurido (coceira) e sonolência. As reações adversas, conforme especifica a nota da Sesa, não necessariamente são causadas pelo uso dos imunizantes.

Dos 916 casos de EAPV notificados no Ceará, 769 já tiveram avaliação concluída. Os resultados indicam que 748 pessoas podem ter apresentado os sintomas em decorrência do uso das vacinas, enquanto outras 21 tiveram reações por causa de erros durante o processo de imunização. As falhas, no entanto, não foram detalhadas pela Sesa. As demais 147 notificações ainda estão sendo investigadas.

O levantamento ainda aponta que 650 vacinados com suspeita de EAPV tiveram apenas reações leves, o que equivale a 87% do total de notificações avaliadas (748). Os outros 98 (13%) casos evoluíram para sintomas graves, com registro de 84 mortes e 14 internações. Em nota, a Sesa informou que os casos suspeitos notificados como Eventos Adversos Graves (EAG), incluindo as mortes, foram associados por fator temporal aos Eventos Adversos Pós-Vacinação. "Posteriormente, esses casos foram classificados como inconsistentes ou coincidentes, ou seja, não tiveram relação causal com a vacina contra a Covid-19", afirma a pasta.

A secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida, ressalta que as ocorrências de EAPV devem ser informadas à rede de saúde imediatamente após o surgimento dos sintomas. “As pessoas que tiverem algum sintoma depois de tomar a vacina, seja Oxford ou CoronaVac, precisam procurar o posto de saúde mais próximo e informar a situação para que o caso seja notificado e acompanhado por um profissional”, ressalta, frisando, ainda, que apesar dos casos suspeitos de EAPV já notificados, não há nenhuma contraindicação em relação ao uso das vacinas.

De acordo com protocolo elaborado pela Sesa, os casos de reações adversas aos imunizantes contra a Covid-19 devem ser investigados em até 48horas após o registro da ocorrência no sistema de saúde. O prazo foi cumprido, até agora, por apenas 12 dos 73 municípios com casos notificados.

Proporção

Até o dia 19 de abril, data em que a nota técnica da Sesa foi concluída, o Ceará havia aplicado 1.397.388 vacinas (dose 1 e dose 2), sendo 1.147.124 CoronaVac e 250.264 Astrazeneca/Oxford. Isso significa que os eventos adversos notificados no Estado até essa data (916) representam 0,6% dos vacinados. Considerando apenas as reações adversas graves (98) a proporção cai para 0,007%.

Na atualização do vacinômetro, feita às 17h00 de terça-feira, 27, o Ceará já havia alcançado a marca de 1.927.391 doses aplicadas, sendo 1.300.845 referentes à dose 1 e 626.546 relativas à segunda dose. Até agora, o Estado recebeu do Ministério da Saúde um total de 2.238.250 vacinas contra a Covid-19.

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