Covid-19 foi responsável por quase metade das mortes registradas em março no Ceará

Foi a maior proporção de óbitos causados pela doença desde o início da pandemia no Estado

Quase metade das mortes registradas no Estado do Ceará em março deste ano foi causada por Covid-19. Ao todo, os Cartórios de Registro Civil cearenses notificaram, no último mês, 6.930 óbitos por causas naturais (doenças respiratórias e cardíacas), dos quais 3.202 decorreram da infecção causada pelo novo coronavírus, o que equivale a 46% do número total de mortes. Com esse percentual, março se consolidou, proporcionalmente, como o mês mais letal da pandemia no Ceará.

As informações constam no Portal da Transparência do Registro Civil, plataforma online gerenciada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) que disponibiliza dados sobre os nascimentos, casamentos e óbitos catalogados nos Cartórios Civis de todo o País.

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Nos acumulados mensais, fevereiro último registrou, em números absolutos, a maior quantidade de mortes por Covid-19 no Ceará desde o início da pandemia (4.235), número que representou 37% do somatório geral de óbitos verificados no Estado durante os 28 dias do mês (11.196).

No ano passado, a maior incidência de letalidade pelo novo coronavírus no Ceará havia sido registrada em maio, no pico da pandemia em Fortaleza, quando foram contabilizadas 3.855 mortes, cerca de 45% do total de óbitos registrados no Ceará naquele mês (8.509).

Para o presidente da Arpen no Ceará, Jaime Araripe, os indicadores de óbitos verificados no mês passado demonstram que a segunda onda da pandemia chega a ser mais letal do que a primeira. “Os dados são preocupantes e servem de alerta às pessoas sobre a gravidade dessa doença (Covid-19). Se você fizer uma comparação simples, vai ver que a mortalidade registrada no Ceará no mês passado supera até mesmo o percentual de maio de 2020, até então o mês mais agudo da pandemia no Estado”.

Araripe ressalta, ainda, que a proporção de mortes causadas por Covid-19 em relação às outras doenças vem aumentando vertiginosamente desde o fim do ano passado no Ceará. “Em dezembro, era 11%. No mês seguinte, subiu para 18%, em fevereiro passou para 37% e bateu os 46% em março”, conclui.

Mais mortos do que nascidos

Os dados compilados pela Arpen mostram, ainda, que em fevereiro passado o número de nascimentos registrados no Ceará foi menor do que o de óbitos (8.465 contra 11.196). O mesmo já havia acontecido em maio de 2020, quando foram contabilizadas 8.509 mortes ante a 7.982 novos registros civis.

Para o Biomédico e Virologista, Mário Oliveira, a escalada de óbitos reflete o potencial mais letal da segunda onda da pandemia. “O surgimento de novas variantes, infelizmente, tem feito o número de óbitos aumentar não só aqui no Ceará, mas em todo o Brasil. Somando as mortes causadas pela Covid com as que decorrem de diversas outras doenças, a tendência é que tenhamos esse descompasso mesmo, porque o natural seria a gente ter mais nascidos do que mortos”, comenta o especialista.

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