OMS analisa segurança da vacina anticovid da AstraZeneca

Na segunda-feira, sete países europeus (Alemanha, França, Itália, Espanha, Eslovênia, Portugal e Letônia) se uniram à lista de nações que suspenderam o uso da vacina do laboratório anglo-sueco AstraZeneca

A Organização Mundial da Saúde (OMS) examina nesta terça-feira, 16, se a vacina da AstraZeneca é segura, embora até o momento continue recomendando o uso, após a suspensão anunciada por vários países da Europa, continente que superou 900.000 mortes provocadas pela Covid-19.

 

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Para evitar a desaceleração das campanhas de imunização, os governos se apressam a comprar outras vacinas: o Brasil, onde a pandemia não dá trégua, anunciou a aquisição de 100 milhões de doses da Pfizer/BioNTech, enquanto a União Europeia estabeleceu com estes laboratórios uma "aceleração" da entrega de 10 milhões de doses.

 

Na segunda-feira, sete países europeus (Alemanha, França, Itália, Espanha, Eslovênia, Portugal e Letônia) se uniram à lista de nações que suspenderam o uso da vacina do laboratório anglo-sueco AstraZeneca, depois que foram registrados problemas sanguíneos graves como trombose em pessoas imunizadas. Os governos aguardam a opinião da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

 

Nesta terça-feira, o grupo de especialistas da OMS sobre a vacina, que examinou os dados e está em contato estreito com a EMA, se reunirá para estudar se a vacina é segura, anunciou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização.

 

Até o momento, a OMS aconselha a continuidade da aplicação deste imunizante contra o coronavírus.

 

 

"Não queremos que as pessoas entrem em pânico e, por enquanto, recomendamos que os países continuem a vacinar com a AstraZeneca", disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.

 

"Até agora, não encontramos uma ligação entre estes eventos e a vacina", acrescentou.

 

A EMA também organizará uma "reunião extraordinária" na quinta-feira sobre a vacina, mas já afirmou que os benefícios continuam sendo maiores que os riscos provocados pela Covid-19.

 

Outros países europeus já haviam decidido suspender sua aplicação: Holanda, Irlanda, Noruega, Dinamarca, Áustria, Islândia e Bulgária. Nesta terça-feira foi a vez da Suécia.

 

No Reino Unido, que já aplicou a primeira dose (da AstraZeneca ou Pfizer/BioNTech) em quase 24,5 milhões de pessoas, o primeiro-ministro Boris Johnson reafirmou que a vacina desenvolvida pela AstraZeneca com cientistas da Universidade de Oxford era "segura" e "extremamente" eficaz.

 

Além das dúvidas a respeito dos efeitos colaterais do fármaco, se somam os problemas de fornecimento do laboratório para a União Europeia e o bloco "não descarta" apresentar um recurso judicial contra o grupo farmacêutico, afirmou nesta terça-feira o secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, Clément Beaune.

 

Em outras regiões do mundo, alguns países também decidiram suspender a aplicação da vacina.

 

Na América Latina, o governo da Venezuela anunciou que não permitirá o uso, "em razão das situações, complicações, apresentadas", segundo as palavras da vice-presidente Delcy Rodríguez.

 

A Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, também anunciou o adiamento da campanha com o imunizante da AstraZeneca.

 

Mas em outra nação do sudeste asiático, a Tailândia, onde o uso também estava suspenso, nesta terça-feira a vacina começou a ser aplicada. O primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha recebeu a primeira dose.

 

Brasil 

 

No Brasil, o segundo país do mundo mais afetado pelo vírus com quase 280.000 mortes, o governo espera acelerar a campanha de vacinação, muito lenta atualmente, com a compra de 100 milhões de doses do fármaco da Pfizer/BioNTech, que serão entregues até setembro.

 

O país também anunciou a compra de 38 milhões de unidades da Johnson & Johnson, o que eleva o total encomendas a 562,9 milhões de doses até o fim do ano.

 

As polêmicas prosseguem no governo de Jair Bolsonaro, que anunciou o cardiologista Marcelo Queiroga como ministro da Saúde, o quarto a ocupar o cargo em menos de um ano, para substituir o general Eduardo Pazuello.

 

A segunda onda da pandemia está em plena ascensão no Brasil, com uma média semanal de mais de 1.800 mortos por dia (contra 703 no começo do ano), um crescimento potencializado por uma nova cepa do coronavírus, pelo menos duas vezes mais contagiosa.

 

São Paulo iniciou na segunda-feira duas semanas de restrições severas, com toque de recolher noturno, para enfrentar "o momento mais crítico" da pandemia, segundo o governador João Doria.

 

O Chile voltou a impor quarentena em nove municípios de Santiago depois de registrar pelo quinto dia consecutivo mais de 5.000 novas infecções, quando o país se aproxima das cinco milhões de pessoas vacinadas.

 

 

Em todo o mundo, a Covid-19 matou mais de 2,6 milhões de pessoas e infectou mais de 122 milhões.

 

Na Europa, continente mais afetado pela pandemia e que nesta terça-feira superou a marca de 900.000 óbitos, o aumento de contágios obrigou a imposição de novas restrições.

 

Reino Unido (125.580 mortos), Itália (102.499), Rússia (92.937), França (90.788) e Alemanha (73.656) são os países europeus mais afetados.

 

Na Itália, 75% do território entrou em confinamento na segunda-feira.

 

As autoridades da Alemanha e França também estudam novas medidas.

 

Na França, os cientistas anunciaram a detecção de uma nova variante na região da Bretanha (oeste) e investigam se é mais transmissível e perigosa.


 

 

 

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