Em um mês, Varjota tem aumento em mais de 60% em consumo de oxigênio

Entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, a cidade de Varjota, a 272 km de Fortaleza, registrou aumento de 62,8% de consumo de cilindros de oxigênio por pacientes com Covid-19. O município também vem tendo dificuldades em transferir pacientes com a doença para leitos em cidades próximas, como Sobral - esta também com ocupação máxima de leitos pela doença, o que impossibilita as remoções. O índice em Sobral chegou a 100% nesta terça-feira, 9.

As informações são da secretária da Saúde de Varjota, Patrícia Ximenes Sousa. Segundo ela, o estoque do oxigênio é considerado "tranquilo". Entretanto, a preocupação vem com o número de cilindros disponíveis para uso, considerado em baixa quantidade. Não foi informado qual esse número. "Já entramos em contato com os fornecedores. A preocupação é com o equipamento, caso necessite", disse ao O POVO a gestora. "Não nos falta oxigênio, o que vem faltando é o cilindro".

"A gente tem tentado se precaver na compra do cilindro para tentar armazenar o oxigênio. Nosso fornecedor não nos deixa faltar, mas temos que esperar os próximos dias", comenta. Patrícia considera, ainda, a situação preocupante em Varjota devido à nova variante. 

A cidade já está em lockdown, porém a secretária comenta que a adesão da população às medidas mais rígidas vem sendo complicada. "Há três dias estamos tentando transferir [pacientes com Covid-19] e não tem vaga em Sobral [próxima ao município]. A situação na região Norte está bem crítica e, assim, vamos ficando temerosos", lamenta. "Pedimos agilidade em abrir os 40 leitos prometidos em Sobral. Até agora, não tivemos retorno".

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De acordo com última atualização nesta terça-feira, 9, Varjota está com 1.392 casos confirmados de Covid-19 e 19 óbitos. A cidade ainda registra 136 casos em investigação.

Última reunião do Ministério Público Estadual (MPCE), nesta segunda-feira, 8, revelou alguns dados críticos sobre o abastecimento de oxigênio no Ceará. Segundo os números, 74 (40,22%) municípios estão em situação crítica; 67 (36,41%) estão em condição normal, mas no limite; 10 (5,43%) em colapso; e 22 (11,96%) em outras situações.

O estudo foi feito com a participação de 173 dos 184 municípios cearenses. O levantamento apontaria a percepção das administrações municipais sobre o aumento da necessidade de oxigênio, segundo a Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece).

O POVO entrou em contato com a Aprece para saber mais detalhes sobre a pesquisa. A associação informou que a pesquisa não tem dados técnicos, em que cada município divulgou sua percepção sobre o uso oxigênio.

Em breve, será feito um novo levantamento técnico envolvido com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Consems) e outras pastas para observar a real demanda de oxigênio nas cidades cearenses, ainda sem previsão de divulgação.

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