Portugal: destaque no combate à Covid-19 na primeira onda, país tem sobrecarga na segunda

O país irá receber ajuda internacional. O Governo estabeleceu novas medidas para impedir o contágio do vírus

Depois de um combate intensivo ao novo coronavírus, Portugal sofre com a calamidade do sistema de saúde na segunda onda da doença. Especialistas apontam nova cepa britânica e relaxamento das medidas sanitárias como principais causas do aumento de casos. As informações são do UOL.

Nas duas últimas semanas de janeiro, Portugal atingiu a maior marca de infecção da União Europeia, com 1.429,43 casos por 100 mil habitantes, de acordo com dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Enfermidades (ECDC). O aumento do número sobrecarregou o sistema de saúde. O Governo chegou a montar hospitais de campanha e cogitar levar doentes para outros países.

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As autoridades da saúde observam o aumento dos casos como uma consequência da expansão da variante britânica e um relaxamento sobre as regras de isolamento social para impedir o contágio do novo vírus. "O que acreditamos que tenha ocorrido é que as pessoas fizeram pequenas alterações em seus comportamentos, no sentido de serem mais permissivas (...). Tudo isso se juntou com a nova variante, que nesse momento (de festas de fim de ano) não sabíamos da sua presença em Portugal", explicou Carla Nunes, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, em entrevista à BBC Mundo.

Portugal também tem a maior taxa de mortalidade da União Europeia, com 247,55 por milhão de habitantes. Em Lisboa, a situação é alarmante, já que a região calcula metade das mortes e infecções de todo o país. Na semana passada, três pessoas tiveram que ser transferidas de helicóptero da região para a ilha da Madeira, depois de não conseguirem vaga em um hospital de campanha.

Além da escassez de leitos e equipamentos, o país também enfrenta uma crise pela carência de médicos e enfermeiros. Muitos profissionais de saúde estão deixando o país em busca de melhores salários. Um desses destinos é o Reino Unido.

Países da União Europeia já declaram que irão ajudar o governo português. O Ministério de Defesa Alemão anunciou levar uma equipe de 26 médicos e enfermeiros, além de 50 respiradores artificiais para o tratamento da doença. Já a Áustria abriu as portas para pacientes portugueses. "É uma exigência de solidariedade europeia ajudar de forma rápida e sem burocracia para salvar vidas”, escreveu o chanceler austríaco Sebastian Kurz, em seu Twitter.

Durante a primeira onda de infecção, o país teve uma resposta rápida ao vírus e obteve um índice muito mais baixo do que o retorno do aumento de casos, que marcou a segunda onda. Carla Nunes explicou: “(Os portugueses) foram muito responsáveis (na primavera) porque estavam em pânico com o que havia acontecido na Espanha e na Itália (...). As pessoas estavam dispostas a perder o que tivessem que perder porque era isso ou a morte. Essa percepção já não é mais assim".

Novas medidas

 


Para evitar a propagação do vírus, as autoridades portuguesas reforçam medidas sanitárias. Desde de 15 de janeiro, os moradores somente estão autorizados a sair de casa para o trabalho, caso não seja possível o home office.

Também somente é permitido sair de casa para comprar bens essenciais ou ir ao médico. Esportes ao ar livre estão autorizados desde que a pessoa permaneça sozinha, e faça pequenas caminhadas. Os policiais podem exigir comprovantes de residência de pessoas nas ruas para verificar se estão próximas de suas casas.

Desde 22 de janeiro as aulas nas escolas estão suspensas. A medida deve durar 15 dias.


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