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Nova variante do coronavírus se espalha pela Europa, alertam cientistas

Batizada de 20A.EU1, ela já é responsável pela maioria dos casos observados na segunda onda de infecções em alguns países do continente
20:54 | Out. 30, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

 Uma pesquisa feita por cientistas europeus identificaram uma nova variante do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, que vem se espalhando pela Europa desde junho. Batizada de 20A.EU1, ela já é responsável pela maioria dos casos observados na segunda onda de infecções em alguns países do continente. O estudo foi divulgado nessa quarta-feira, 28, na plataforma MedRxiv. As informações são do portal Folha Vitória.

O estudo aponta que a nova "versão" do Sars-CoV-2 surgiu em junho, no início do verão europeu na Espanha, o que representou 40% dos casos no mês seguinte na região. Atualmente, ela já é responsável por 80% dos registros em território espanhol. Apesar da pesquisa apontar o surgimento da variante, os cientistas não souberam dizer se o aumento de casos no continente está relacionado com a nova ‘versão”.

De acordo com a pesquisa, além da Espanha, a variante atingiu Suíça, Irlanda e Reino Unido, representando de 40% a 70% das infecções, em setembro. A mutação também é predominante na Noruega, Holanda, França e Letônia, e em mais 12 nações europeias, além de Hong Kong e Nova Zelândia.

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Uma das mutações encontradas no material genético da nova variante do vírus que o diferencia das versões anteriores ocorre na proteína spike, usada pelo patógeno para invadir as células humanas, informam os pesquisadores. Além disso, os cientistas alertam que, embora não haja ainda detalhes sobre maior risco associado à variante, é preciso avaliar se medidas de controle e contenção do patógeno em fronteiras estão sendo suficientes para barrar uma nova disseminação da Covid. Conforme os cientistas, a propagação do vírus pode está associada ao afrouxamento das medidas de distanciamento social e de controle de entrada de visitantes.

Repercussão

Segundo a microbiologista Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa demonstra a necessidade de acompanhamento de possíveis mutações do novo coronavírus, mas destaca que ainda há mais lacunas do que respostas sobre a ação de diferentes variantes.

A pesquisadora ressalta que para ter certeza de que tem maior transmissibilidade ou qualquer impacto clínico, seriam necessários estudos mais detalhados. O trabalho apenas mostra a necessidade de um sistema de monitoramento e sequenciamento para acompanharmos a evolução do vírus. “Não tem como concluir ainda se as mutações observadas estão relacionadas com maior transmissão ou sintomas”, pontua.

Para o infectologista Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor médico do Grupo Fleury, os dados do estudo ainda não permitem concluir se a predominância de uma nova variante em alguns países pode afetar em diagnóstico, tratamento ou até em vacinas que estão sendo desenvolvidas contra a doença.

O especialista destaca que existe a possibilidade de o vírus está se propagando com mais velocidade por causa do fim das quarentenas na maioria dos países durante o verão europeu, mas não descarta o alerta importante sobre a nova variante.

A pesquisa foi desenvolvida por cientistas das universidades de Basel, na Suíça; do Instituto Suíço de Bioinformática; do ETH Zürich em Basel; do Instituto de Biomedicina e da Universidade de Valência, na Espanha; e do Centro de Pesquisa Biomédica em Epidemiologia e Rede de Saúde Pública (Ciberesp, na sigla em espanhol), em Madri.

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