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Camilo libera apresentações presenciais de músicos e humoristas a partir desta segunda-feira, 7

| RETOMADA | Protocolos sanitários devem ser seguidos. Anúncio foi feito pelo governador Camilo Santana (PT) no fim da tarde desta sexta-feira, 4, e vale para as cidades que estão na Fase 4 do Plano de Retomada Econômica

A partir da próxima segunda-feira, 7 de setembro (07/09), músicos e humoristas poderão retornar suas atividades de forma presencial no Ceará. Anúncio foi feito pelo governador Camilo Santana (PT) no fim da tarde desta sexta-feira, 4, e vale para Fortaleza e demais municípios das regiões que estão na Fase 4 do Plano de Retomada Econômica. Decisão foi tomada após reunião do Comitê que define as medidas dos decretos de isolamento social e de retomada no Estado.  

"Dentre as definições, fica autorizado retorno das atividades presenciais de músicos e humoristas a partir da próxima 2ª feira, 7, seguindo todos protocolos sanitários", divulgou o chefe do Executivo Estadual, como o uso obrigatório de máscaras e o respeito ao distanciamento mínimo de 1,5m a 2m de distância entre as pessoas, bem como a lotação máxima de 100 pessoas por eventos ao ar livre.

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Estão na 4ª fase da retomada, além de Fortaleza e sua macrorregião, as macrorregiões de saúde de Sobral, do Sertão Central e do Litoral Leste/Jaguaribe. O novo decreto, que entra em vigor na próxima segunda, manteve a macrorregião do Cariri na fase 3 da retomada, será a segunda semana da região na mesma fase, sendo a única que ainda não avançou para o último estágio do plano de retomada gradual e responsável das atividades no Estado. 

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Os avanços somente são possíveis diante da eficiência das medidas de isolamento e demais ações de prevenção e combate ao novo coronavírus. Entre os dias 15 e 29 de agosto, o Ceará registrou queda de 87,9% nos casos confirmados do novo coronavírus em relação as duas semanas primeiras semanas do mesmo mês. Em relação aos óbitos, a redução foi de 57,1% comparando ao mesmo período.

O enfraquecimento da pandemia no Estado é o que incentiva a continuação da reabertura de novos setores da economia e também de serviços. De acordo com o governador, outras demandas e atividades que ainda não foram liberadas seguem sendo avaliadas pelo comitê "sempre de forma criteriosa e responsável".

OS ARTISTAS

A repercussão da decisão no meio artístico ainda é um misto de celebração e cautela. Caike Falcão, músico e também produtor cultural, comemorou o anúncio de retorno dos trabalhos presenciais. Ele destacou que estava sem um contrato de show desde o dia 7 de março e que teve a renda reduzida em 90% com a paralisação das atividades. “Vai ser como se eu tivesse tocando pela primeira vez”, diz.

Apesar da euforia, ele frisou que serão necessárias adaptações em seus espetáculos para garantir o respeito às medidas de segurança. “A pandemia ainda não acabou, o vírus ainda existe e não existe vacina. Temos que respeitar, ter protocolos seguros para este retorno”, completou.

A cautela de Caike se transforma em medo para a atriz e humorista Karla Karenina. Ela destacou que segue completamente isolada em casa e que não pretende sair. “Eu estou muito cautelosa ainda pessoalmente, com relação a volta de atividades normais, mas sei e entendo que é uma necessidade de muita gente”, ponderou.

Karla expressou preocupação diante de um eventual descuido com as medidas de prevenção à Covid-19 com a reabertura de shows e espetáculos presenciais. Preocupação compartilhada pelo produtor musical, Hebert Santos. “Temos que ter todos os cuidados necessários para que a gente possa de fato estar oferecendo a diversão a sociedade”, afirmou.

Ainda que comemore o retorno das atividades, Adaildo Alves Neres, humorista criador do personagem Adamastor Pitaco, considera o retorno tardio. Ele pondera que toda a classe cultural foi uma das primeiras afetadas e que diante do retorno de setores de hotelaria, bem como de alimentação fora do lar, há cerca de um mês e meio, o setor cultural também deveria ter retornado.

O retorno das atividades presenciais, ainda que muito esperado pelos artistas, não deve abarcar todos igualmente. Caike pondera que neste início, muitos músicos, artistas e profissionais técnicos do setor ainda não se sentem seguros em sair de casa, como Karla. Alguns membros da banda de Caike possuem fatores de risco ou convivem com pessoas que os apresentam e ainda não devem retornar às atividades.

“Muitas casas (de show) não vão conseguir contratar a banda completa, vão recorrer a voz e violão e isso limita o trabalho para uma série de profissionais”, ponderou. Ele destaca que artistas ainda se articulam para tentar pressionar o governo estadual e municipal diante dos repasses da Lei Aldir Blanc, que criou um fundo para disponibilização de um auxílio emergencial específico para profissionais da cultura. 

OUTRAS MEDIDAS PARA O SETOR CULTURAL

Ainda nesta sexta-feira, 4, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), sancionou o acréscimo de regulamentação à Lei n. 9.904, de 10 de abril de 2012 que regulamenta o Sistema Municipal de Fomento à Cultura. A medida busca amparar o fundo de verbas destinadas ao setor cultural da Capital, de modo que este possa dispor dos recursos federais repassados pela Lei Aldir Blanc

“Uma medida completamente tardia e atrasada, mas ainda muito necessária”, completou Caike ao pontuar que mesmo com a retomada das atividades dos setor, nem todos os artistas irão conseguir contratos o suficiente para recuperarem a renda.

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Com a atualização na lei de fomento a cultura sancionado por Roberto Cláudio, a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) poderá dispor de tais verbas para realização de editais simplificados de inscrição de trabalhadores do setor aptos a solicitar o auxílio emergencial específico para a área.

A lei determinou que o Ceará poderia dispor de aproximadamente R$ 138 milhões, sendo R$ 71 milhões a serem executados pelo Estado e R$ 67 milhões pelos municípios. Assim como Fortaleza, os demais municípios devem iniciar o lançamento de editais de convocação para o auxílio em breve. As datas para divulgação do edital em Fortaleza, porém, ainda não foram definidas. 

Com colaborações do repórter Matheus Facundo e do colunista Eliomar de Lima

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