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Secom faz campanha com frase de Bolsonaro contra obrigatoriedade de vacina

A frase "Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina" foi dita pelo presidente na noite dessa segunda-feira, 31, em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada
22:34 | Set. 01, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) divulgou nesta terça-feira, 1º, em suas redes sociais, uma peça publicitária na qual aparece em destaque frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro se opondo à obrigatoriedade da vacinação do novo coronavírus. As informações são do Portal UOL.

A frase “Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina” foi dita pelo presidente na noite dessa segunda-feira, 31, em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada. Uma mulher, que se diz farmacêutica, falou a Bolsonaro que ele não deveria deixar "fazer esse negócio de vacina" porque seria "perigoso". As vacinas mais adiantadas contra o novo coronavírus que estão sendo desenvolvidas devem ficar prontas para distribuição no início de 2021.

Na peça preparada pela Secom, sobre uma foto do presidente na rampa do Planalto, a frase de desincentivo ao uso da vacina é colocada em destaque. Abaixo vem escrito "O governo do Brasil preza pelas liberdades dos brasileiros."

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Além do desincentivo ao uso de vacinas em um momento em que a cobertura vacinal do Brasil, que sempre foi uma das melhores do mundo, passa de três anos de queda, a peça publicitária da Secom, na verdade destaca uma frase equivocada do presidente.



Vacinação no país

A aplicação de vacinas no país é obrigatória em crianças desde a criação do Programa Nacional de Imunizações, na década de 1970. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei aprovada em 1990, diz em seu artigo 14 que é "É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias." Pais que deixarem de levar os filhos para a vacinação obrigatória correm o risco de ser multados ou processados por negligência e maus tratos

No caso de adultos — são poucas as vacinas voltadas a esse público — normalmente não são obrigatórias, como a gripe ou a Febre Amarela. No entanto, alguns países impedem, por exemplo, a entrada de pessoas que não são imunizadas contra Febre Amarela. Além disso, o Brasil assume compromissos internacionais, como a da erradicação do sarampo, que obrigam a imunização.

Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que nenhuma das 10 vacinas obrigatórias para menores de dois anos atingiram as metas de cobertura em 2019. Entre elas, a poliomielite, que teve cobertura de apenas 82,1% das crianças. Considerada oficialmente erradicada no Brasil desde 1994, a doença exige vacinação porque o vírus ainda circula pelo mundo.

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