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Idosos e Covid-19: retorno presencial ao trabalho requer comprovação de anticorpos e manutenção dos cuidados

Sob comprovação de imunidade ou de adoecimento há mais de 30 dias por Covid-19, pessoas com mais de 60 anos podem retornar ao trabalho. No entanto, o uso da máscara e o distanciamento social durante o expediente são medidas que devem permanecer com o retorno, autorizado desde o último dia 13 de junho
14:09 | Ago. 10, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

Desde o último dia 13 de junho, pessoas com mais de 60 anos já podem retornar a atividades presenciais no trabalho sob comprovação de imunidade ou de adoecimento há mais de 30 dias por Covid-19. Dados do IntegraSUS, plataforma da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) totalizaram 38.029 casos do novo coronavírus em idosos entre 60 e 80 anos ou mais nesta segunda-feira, 10.

Correspondendo, até então, a cerca de 20% dos casos da doença no Estado, os idosos que ficaram doentes por Covid-19 e precisam retornar ao trabalho devem apresentar exames sorológicos de detecção de anticorpos ou atestado médico no intervalo de tempo citado, como trouxe o último decreto de isolamento social anunciado no último dia 8.

Mesmo com a autorização, algumas pessoas da faixa etária ainda não podem retornar e devem ficar em isolamento restritivo. É o caso de idosos portadores de cardiopatia grave, diabetes insulino dependente, de insuficiência renal crônica, asma grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, obesidade mórbida, doenças neoplasias malignas, imunodeprimidas e em uso de medicações imunodepressores ou outras enfermidades graves. Segundo decreto do último dia 20 de junho, avaliações médicas e atestados asseguram o adiamento da retomada presencial para esse público.

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Os cuidados, no entanto, seguem para todos os idosos com mais de 60 anos. Por corresponderem a um dos grupos de risco para a doença devido à idade, os idosos devem seguir rigidamente os protocolos, como informa a geriatra do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Manuela de Castro Sales. "Os três fatores de risco maiores são sobrepeso, diabetes e cardiopatia. Então esses pacientes não devem voltar, pois, infelizmente, não temos nada cientificamente comprovado que venha trazer uma prevenção para os grupos", diz.

Ela refere-se a possibilidade de "imunidade" ao novo coronavírus. Apesar de o debate já ter sido levantado anteriormente, a especialista ressalta que ainda não é possível estabelecer um tempo de presença dos anticorpos da Covid-19 no corpo humano. "Nessa imunidade, a gente não sabe quanto tempo ela dura. Nem todos desenvolvem anticorpos, então não sabemos quem está imune ou não", alerta.

O uso da máscara antes, durante e após o trabalho permanece - e a recomendação é não tirá-la durante o trajeto. Higienização constante das mãos, com água e sabão quando possível, também favorece a prevenção. Evitar aglomerações do transporte público e preferir caminhar ou usar o transporte individual estão entre as alternativas para a faixa etária. "Hoje nós temos um controle maior da transmissão, mas ela ainda existe", marca.

Dentre as principais dicas, não compartilhar objetos pessoais é uma das mais importantes. "O ideal é que a pessoa fique isolada até mesmo no ambiente de trabalho, mantendo o distanciamento de outros colegas e não compartilhando materiais. Levar o computador próprio pode ser uma alternativa", destaca Manuela. Em casos de reuniões presenciais, o melhor também é participar através de dispositivos digitais.

Atendimentos de idosos por Covid-19 diminuíram, mas demora acentua outras doenças

No Hospital Universitário Walter Cantídio, Manuela expõe que a procura de idosos com Covid-19 teve uma redução, com setores de emergência com menos casos da doença. Os atendimentos da Capital também diminuíram, mas casos vindos do Interior do Estado são que mais vem recebendo atenção.

A especialista aponta, entretanto, para a demora de idosos com comorbidades que demoraram a procurar o hospital em tempos de pandemia. "O que vemos mais hoje são idosos com outras comorbidades que demoraram muito tempo para realizar o atendimento por medo e agora estão vindo em estados mais graves", alerta. Doenças cardiovasculares e neoplasias são algumas das doenças que tiveram alta no setor.

 

 

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