Participamos do

OMS cria comitê de avaliação sobre a gestão da pandemia

"As divisões entre nós dão vantagem ao vírus", o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Um mundo dividido não pode superar essa pandemia", insistiu.
13:03 | Jul. 09, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

A Organização Mundial da Saúde (OMS), muito criticada por sua gestão da pandemia do novo coronavírus, anunciou nesta quinta-feira, 9, a criação de um grupo independente de especialistas, cujo mandato será elaborado em consulta com os Estados-membros.

"Estou orgulhoso de anunciar que a ex-primeira-ministra (da Nova Zelândia) Helen Clark e a ex-presidente (da Libéria) Ellen Johnson Sirleaf aceitaram presidir conjuntamente o comitê de avaliação (...) sobre a preparação e a resposta às pandemias", anunciou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a diplomatas dos Estados-membros.

"Não consigo imaginar duas personalidades mais independentes para fazer essa avaliação honesta e nos ajudar a entender o que aconteceu e o que devemos fazer para evitar essas tragédias no futuro", afirmou. Mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo foram infectadas com o novo coronavírus, que matou mais de 550.000 pessoas em seis meses.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

"É hora de ter uma reflexão muito honesta. Cada um de nós deve se olhar no espelho. A OMS, os Estados-membros, todos os que estiveram envolvidos na resposta" à crise, insistiu Tedros.

"Nossos sistemas (de saúde) não estavam prontos. Nossas comunidades não estavam prontas. Nossos sistemas de distribuição (de equipamentos e materiais) entraram em colapso", enumerou ele, em direção aos Estados-membros.

"Precisamos avaliar nossos sistemas nacionais de vigilância, a maneira como compartilhamos informações, como as governamos e ver se nosso sistema geral de saúde é adequado", continuou, antes de questionar: "estamos prontos para aprender com isso"?

Na assembleia anual de maio, os Estados-membros da OMS concordaram com o princípio de uma investigação independente. Desde o início da crise da saúde no final de 2019, a OMS tem sido fortemente criticada por sua resposta, principalmente por sua demora em recomendar o uso de máscara.

Primeiro, a agência foi acusada pelos Estados Unidos de ter sido extremamente complacente com a China, onde o coronavírus apareceu, e de ter demorado em declarar a crise uma emergência de saúde global. Os Estados Unidos, principais contribuintes para o orçamento da OMS, que eles descreveram como "marionete da China", notificaram oficialmente na terça-feira sua retirada da organização.

"As divisões entre nós dão vantagem ao vírus", disse Tedros. "Um mundo dividido não pode superar essa pandemia", insistiu.

"A maior ameaça que enfrentamos hoje não é o vírus em si, mas a falta de liderança e solidariedade nos níveis global e nacional", acrescentou.

Os Estados Unidos, que ultrapassaram 3 milhões de casos de coronavírus nesta semana, são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 130.000 mortos, mas o presidente Donald Trump continua a garantir que seu país está "em boa posição" e rejeita os alertas lançados pelos cientistas. O comitê de avaliação da OMS apresentará seu relatório à Assembleia Geral da OMS em novembro.


Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar