Participamos do

Hospitais de Fortaleza começam a reduzir atendimento exclusivo para a Covid-19

O Hospital de Campanha da Unimed está sendo desativado nesta terça-feira, 30, após três semanas sem pacientes
13:23 | Jun. 30, 2020
Autor Ismia Kariny
Foto do autor
Ismia Kariny Estagiária O POVO online
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Hospitais da rede privada de saúde em Fortaleza começam a reduzir atendimento exclusivo para a Covid-19. Nesta terça-feira, 30, a unidade de campanha da Unimed Fortaleza, destinada exclusivamente para casos de infecção com o novo coronavírus, será desmontada. De acordo com informações da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará (Ahece), houve redução de aproximadamente 70% no atendimento emergencial nas unidades de saúde particulares.

O presidente da Unimed Fortaleza, Dr Elias Leite, explica que a decisão de desmontar o hospital de campanha surge após três semanas sem pacientes no anexo, e também pelo número de atendimentos em redução na própria unidade de saúde. “Existe um custo para manter esse hospital. A gente vai desmontar, mas caso seja preciso, se os números aumentarem muito, a gente tem plenas condições de voltar a montá-lo”, esclarece. Segundo a assessoria da Unimed, os atendimentos continuarão ocorrendo na estrutura física do Hospital.

Leia também | Ocupação de UTIs chega ao menor índice no CE desde o final de abril

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

O Hospital São Camilo é outra unidade que reduziu o atendimento exclusivo para pacientes infectados com o novo coronavírus. Foram desativados 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 25 de apartamento/enfermaria. O hospital também retomou o agendamento de cirurgias eletivas, em especial as de menor complexidade, como mama, tumores de pele e ortopédicas.

De acordo com Madison Mont'Alverne, diretor técnico do São Camilo Fortaleza, a unidade seguirá atenta aos casos de Covid-19, principalmente neste período de flexibilização do isolamento social. Ele destaca que alguns serviços permanecerão suspensos, como as cirurgias bariátricas e as plásticas estéticas. Conforme Madison, esses atendimentos podem aguardar alguns meses para serem executados.

“Também [permanecem suspensas cirurgias] aquelas cirurgias que necessitam de alguns insumos que estão escassos no País, como alguns analgésicos opióides usados em anestesia, medicações sedativas e bloqueadores neuromusculares, que têm sido muito utilizados nos casos de coronavírus”, explica Madison.

Redução de 70% nas emergências

Segundo o presidente da Ahece, Luiz Aramicy Pinto, todos os hospitais da rede privada dispõem de leitos em apartamento para atendimento clínico, que varia de 10 a 30 apartamentos. “Reduzimos bastante o internamento de pacientes clínicos, que são aqueles com sintomas que não necessitam ir para UTI. Também tivemos um número considerável de altas curadas”, comenta.

Luiz Aramicy relata que foi observada uma queda de 70% no atendimento emergencial nas unidades de saúde privadas. Nos hospitais menores, a diminuição foi de até 50%. “Só temos a dizer que isso talvez tenha sido oriundo do tratamento e protocolo que foi adotado inicialmente para o Ceará, desde o terceiro dia [da pandemia]”, pontua Luiz Aramicy.

Conforme o presidente da Ahece, também foi observado redução nas internações clínicas e nos leitos de UTI. Por isso, alguns hospitais da rede privada optaram por desativar alas ou reduzir os leitos específicos para a Covid-19. Entre eles, o Hospital São Mateus, Hospital São Carlos, Hospital Otoclinica, Hospital Gênesis, a Uniclinic, e a Casa de Saúde São Raimundo.

Hospitais públicos 

Todos os seis hospitais de campanha da rede pública estadual estão em funcionamento e devem permanecer abertos, sem previsão de desativação, de acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Em Fortaleza, são quatro unidades: Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Hospital Geral de Fortaleza (39 leitos), Hospital São José (25 leitos) e Hospital de Messejana (35 leitos).

Há ainda dois hospitais localizados no Interior: um anexo ao Hospital Regional do Sertão Central, com 40 leitos, em Quixeramobim; e outro no Hospital Regional Norte, em Sobral, que tem dispõe de 42 leitos.

Leia também | Casos de Covid-19 no Cariri aumentam 64% em 10 dias

Por meio de nota, a Sesa também informa que: “O hospital de campanha montado na quadra do prédio anexo ao HGCC abriga os consultórios do setor ambulatorial. No local onde funcionavam os ambulatórios, foram dispostos os leitos de alojamento conjunto para puérperas em risco habitual, sem intercorrências, e recém-nascidos. Com isso, pudemos abrir mais espaço dentro da unidade”.

Procurada pelo O POVO, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza informou que qualquer novidade em relação aos leitos disponíveis para tratamento da Covid-19 devem ser divulgadas pelo prefeito Roberto Claúdio em próximas transmissões online. Por ora, a SMS segue em planejamento.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar