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Estudo de Oxford encontra primeira droga capaz de reduzir mortes por Covid-19

O corticoide dexametasona é de baixo custo; o Ministério da Saúde do Reino Unido confirmou que vai inclui-lo no tratamento dos pacientes infectados pelo coronavírus
12:32 | Jun. 16, 2020
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Um medicamento barato e amplamente disponível pode ajudar a salvar pacientes graves da Covid-19, segundo pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Segundo eles, o corticoide dexametasona é a primeira droga que, comprovadamente, reduz a incidência de mortes pelo coronavírus. De acordo com os cientistas, resultados apresentados nesta terça-feira, 16, mostraram redução de um terço das mortes em pacientes que precisavam de tratamento com oxigênio e receberam o medicamento. As informações são do portal UOL.

A droga é de baixo custo, e o Ministério da Saúde do Reino Unido confirmou que vai inclui-lo no tratamento da Covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Um estudo que será publicado nos próximos dias revela os resultados para 2.104 pacientes diagnosticados com Covid-19, selecionados aleatoriamente, que foram medicados com a dexametasona, por via oral ou intravenosa. Eles foram comparados a 4.321 pacientes tratados convencionalmente.

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Os números mostram que a redução de mortes foi de 35% para pacientes que precisavam de tratamento com respiradores e 20% para os que precisavam de suporte de oxigênio. Não houve registro de que a droga seja eficiente em casos menos severos.

Droga ajuda em casos severos

Para Peter Horby, da Universidade de Oxford, "este é um resultado extremamente bem-vindo". Em comunicado reproduzido pela agência AP, ele comemorou a melhora promovida pelo medicamento. "O benefício da sobrevivência é claro e amplo nestes pacientes que estavam doentes o suficiente para precisarem de tratamento com oxigênio. Então, a dexametasona pode agora se tornar padrão no cuidado destes pacientes."

Ele ainda acrescentou que a dexametasona "é barata nas prateleiras e pode ser usada imediatamente para salvar vidas ao redor do mundo". Nick Cammack, um dos responsáveis pela Wellcome, projeto de caridade que banca pesquisas científicas, afirmou que, mesmo que a droga só ajude em casos severos, "inúmeras vidas podem ser salvas pelo mundo".

Outras entidades financiam os estudos, como a fundação de Bill e Melinda Gates. Cammack defendeu a liberação da dexametasona e sua produção ao redor do mundo para tratamento de pacientes.

Como a dexametasona atua

Corticoides agem reduzindo inflamações, um problema que é causado pela Covid-19, quando ela faz com que o sistema imune atue para tentar frear o coronavírus. A reação forte do sistema imune pode ser fatal, então, médicos começaram a testar esteroides e anti-inflamatórios em pacientes.

Os pesquisadores estimam que o uso pode prevenir uma em cada oito mortes de pacientes que estão em respiradores e um em cada 25 pacientes recebendo auxílio com oxigênio.

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Este estudo é o mesmo que mostrou neste mês que a hidroxicloroquina não apresentava eficácia contra o coronavírus. Foram 11 mil pacientes da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte tratados com os protocolos comuns ou com um dos seguintes medicamentos: hidroxicloroquina, dexametasona, um combo anti-HIV, azitromicina, tocilizumabe, ou plasma de pessoas que se recuperaram da Covid-19 e apresentavam anticorpos contra o coronavírus.

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Reino Unido inclui droga no tratamento

O Reino Unido começará a administrar imediatamente dexametasona aos pacientes com Covid-19, conforme anunciou hoje o ministro da Saúde, Matt Hancock, depois que o estudo demonstrou que o corticoide salvou as vidas de um terço dos casos mais graves. "Estamos trabalhando com o Serviço Nacional de Saúde para que o tratamento padrão contra a Covid-19 inclua a dexametasona a partir desta tarde", disse Hancock.

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