Paciente número 800 recebe alta do Hospital de Campanha do PV
José Eduardo Araújo Mariano tem 43 anos e estava internado no hospital de campanha montado no estádio Presidente Vargas desde o dia 1º de junho. Mais de mil pacientes foram atendidos na unidade
O paciente número 800 recebeu alta do Hospital de Campanha de Fortaleza, instalado no Estádio Presidente Vargas (PV), na manhã esta sexta, 5. José Eduardo Araújo Mariano, 43, está entre os que venceram a Covid-19. Ele estava internado há 35 dias na unidade e faz parte do grupo de risco por ter hipertensão e diabetes.
“Tive uma segunda chance de estar perto da família e agora estou tendo o meu segundo aniversário”, comemora José Eduardo, emocionado, na saída do PV, ao lado da mulher, a dona de casa Andrea Albuquerque, 30, e da filha Cibele, de apenas três meses. Ele conta ter pensado sobreviveria à doença e que deve muita gratidão a Deus e à equipe de profissionais do PV. Com máscara e luvas de proteção, Eduardo deu um conselho: "É preciso ter muito cuidado. A gente pensa que nunca vai acontecer com a gente. Evitar sair, ficar em casa, se resguardar. Não tem outro caminho”, disse.
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“É um marco extremamente importante no enfrentamento à Covid-19”, destacou a titular da Secretaria da Saúde de Fortaleza, Joana Maciel, durante a alta do paciente. Segundo a secretária, o hospital de campanha foi criado num momento muito oportuno e o primeiro paciente a ser internado foi no dia 18 de abril.
“Estamos com pouco mais de um mês de funcionamento e o pico da doença foi a partir do dia 30 de abril. Ou seja, quando a gente mais precisou do hospital de campanha, ele já estava com 12 dias de funcionamento”, diz. Quando a Capital atingiu o pico da doença, nas primeiras semanas de maio, a unidade chegou a receber, em um dia, mais de 40 pacientes.
Em média, segundo informou Maciel, foram em torno de dois pacientes por hora. A celebração da alta e cura do paciente número 800 é, para a secretária, fundamental para o enfrentamento da Covid-19 e faz parte do plano de contingência do Município, que foi elaborado em parceria com o Governo do Estado.
Sobre a retomada econômica, a secretária avisou que é preciso realizá-la com cautela. “É preciso fazer várias análises. A análise epidemiológica e a análise da capacidade instalada assistencial”. A secretária cita uma discreta queda do ponto de vista epidemiológico no número de casos e de óbitos. No entanto, conforme diz, essa análise depende de resultados de exames, que têm uma defasagem entre cinco e sete dias. “No entanto, temos observado que a pressão no sistema, a demanda por internações e por atendimentos vêm decrescendo de forma muito importante”, aponta.
Um dos pontos de atendimento com maior percepção da queda tem sido a busca nos postos de saúde por síndrome gripal. Nas 113 unidades de Fortaleza em funcionamento diário, entre às 7h e às 19 horas, e nos 12 postos abertos nos fins de semana, têm-se reduzido a busca de pacientes com sintomas de síndrome gripal nas últimas semanas. “A mesma coisa observamos nas nossas Upas”, completa ela.
As Unidades têm sido menos demandada na última semana. Nós analisamos as 6 Upas que são geridas pelo Município de Fortaleza. A Capital tem 12 Upas, seis geridas pelo Estado e seis pelo Município. "Nas nossas seis, aumentamos a capacidade instalada, fizemos 170 leitos extras para atender pacientes com Covid-19. A procura por internação e também por atendimento nessas Upas também vem decrescendo na última semana", reforçou a secretária.
Nesta semana, o hospital de campanha também alcançou a marca de mil pacientes acolhidos, em menos de dois meses de funcionamento. O equipamento foi construído em tempo recorde, menos de um mês, para atender aos pacientes portadores do novo coronavírus, de baixa e média complexidade, sendo entregue em 25 dias. A unidade teve parte dos leitos destinada a pacientes graves, de acordo com a demanda interna.