Regional 1 segue com maior número de óbitos por Covid-19 na Capital

Ao mesmo tempo, aumento de mortes nas Regionais 5 e 6 indica propagação rápida do coronavírus para as duas áreas mais populosas da Cidade

Até a quarta-feira, 13, dos 1.030 fortalezenses que morreram em decorrência da Covid-19, pelo menos 232 viviam em bairros da Regional 1. Os dados estão no boletim semanal da Secretaria Municipal da Saúde que detalha a situação epidemiológica na Capital. Diante da transmissão autóctone ou sustentada, como se define a condição em o vírus é transmitido de pessoa para a pessoa sem que qualquer uma tenha viajado ou estado com indivíduos comprovadamente infectados, as mortes por Covid-19 são importantes marcadores de circulação viral local moderada ou intensa. São também motivo de tristeza paras as famílias e de alerta para a população.

“A epidemia teve início muito focada, a partir dos casos importados. Na segunda quinzena de Covid-19 aqui em Fortaleza, a gente já viu um dispersão para os dois aglomerados do litoral, oeste e leste, mais vulneráveis ao vírus”, aponta Antônio Lima, gerente da célula de epidemiologia Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Ele explica que essa vulnerabilidade tanto é pelas condições sociais quanto porque o vírus se “dispersa porque é como se ele esgotasse as áreas”. “Ele diminui em alguns bairros não só pelas intervenções de prevenção, mas também na medida em que afeta muita gente e aí aumenta a taxa imunológica”, explica.

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Segundo ele, os vírus caminham conforme encontram as pessoas mais suscetíveis, ou seja, sem anticorpos para combatê-los. Por isso, os bairros que hoje concentram grande parte dos óbitos são aqueles com grandes aglomerados, alta vulnerabilidade social e próximos aos locais iniciais da Covid-19. O epidemiologista atenta que, nos últimos 15 dias, houve uma propagação rápida da doença para regionais 5 e 6, as duas mais populosas da Cidade. “O que temos hoje é que o vírus foi escorrendo pelos bairros. Alguns aglomerados parecem estar perdendo força, embora ainda tenha casos, como Aldeota e Meireles, enquanto outros vão aumentando os casos”, indica.

No momento atual, a tendência de concentração de óbitos pela doença na Capital é comprovada nas Regionais 1 e 2, principalmente no Grande Pirambu; no aglomerado dos bairros Barra do Ceará, Vila Velha e Quintino Cunha; na região do Vicente Pinzón e Cais do Porto; assim como nos bairros São João do Tauape e Aerolândia. Nas regionais 5 e 6, os bairros Granja Lisboa, Granja Portugal, Bom Jardim, José Walter, Planalto Ayrton Senna, Mondubim, Jangurussu, Passaré e Messejana são os que despertam maior atenção. As áreas são as de maior vulnerabilidade social em cada região de Fortaleza, com baixo e muito baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Antônio Lima enfatiza que os desafio aumentam por se tratar uma população mais vulnerável socialmente, que vive em locais de altíssima densidade demográfica e onde o isolamento social é mais complexo. “Além disso são pessoas que normalmente têm mais comorbidades e que dependem mais do Sistema Único de Saúde (SUS)”, enumera. “É um tema que vem sendo discutido em todo o País, como proteger essa população. E o isolamento social rígido é a medida mais eficaz que temos para inibir a transmissão no nosso contexto. Não existe medida fora dele”, afirma.

Bairro com mais vítimas de coronavírus em Fortaleza, a Barra do Ceará teve aumento de 95,65%, quase o dobro, nas mortes no período de uma semana. No último dia 6 de maio, balanço da SMS apontava 23 óbitos. Já na quarta-feira, 13, o território contava com 45 mortes. O bairro Vicente Pinzon é o segundo com mais mortes na Capital, com incremento de 30% entre uma semana e outra. São 35 mortes no bairro, contra 23 consolidadas no dia 6 de maio. Ao todo, 116 territórios da Capital tiveram mortes pela Covid-19. (Colaborou Matheus Facundo)

Mortes por Covid-19 nas Regionais de Fortaleza

Boletim epidemiológico da SMS indica a distribuição dos óbitos por coronavírus em cada região da Capital. Até as 13 horas do dia 13 de maio, 1.026 fortalezenses haviam morrido pela doença; dois não tiveram o bairro de residência identificado e três seguem em investigação

Regional 1: 232 mortes
Regional 2: 190 mortes
Regional 3: 157 mortes
Regional 4: 107 mortes
Regional 5: 193 mortes
Regional 6: 142 mortes

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