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Técnica de enfermagem dá abraço de Dia das Mães em filho enrolado no lençol por conta do coronavírus

Mãe e filho estavam afastados há 25 dias e neste Dias das Mães almoçaram à distância
18:40 | Mai. 10, 2020
Autor do Jornal do Commercio
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Trabalhando na linha de frente de enfrentamento ao novo coronavírus e afastada do filho há 25 dias, neste Dia das Mães, a técnica de enfermagem Valquíria Neves só conseguiu abraçar o pequeno Heitor, de 8 anos, após ele ser enrolado em um lençol. O almoço da família recifense também teve de ser à distância por precaução.

A técnica de enfermagem trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, e do Procape, em Santo Amaro, na área central, em contato direto com pacientes infectados em estado grave da covid-19. Por isso, ela teve que ser mais uma das profissionais área a optar pelo distanciamento para preservar a segurança e saúde da família.

Desde o dia 15 de abril, Valquíria está morando no apartamento da família no bairro do Cordeiro, Zona Oeste. Já o marido Cláudio Lima, e o filho Heitor estão morando em frente ao dela, no da vizinha, que foi passar a quarentena em um sítio e cedeu a casa.

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Valquíria fez questão de ressaltar que se sente privilegiada em poder abraçar e almoçar com o filho no Dia das Mães, mesmo que com um lençol e alguns metros de distância os separando. "Porque tenho tantas outras amigas que os filhos realmente estão longe e esse contato não pode acontecer".

"Me sinto privilegiada por, mesmo desta forma, conseguir abraçá-lo", disse a técnica de enfermagem, Valquiria Neves.

Ela também falou sobre necessidade do distanciamento. "Para a proteção dele, não devo ter nenhum contato físico, estamos nos falando de longe. Como eu trabalho em dois hospitais que são diretamente ligados com os pacientes do covid-19, estamos dessa forma".

Neves comentou a dificuldade que está passando desde o dia 15 de abril, quando teve que se afastar da família. "Estão sendo dias muitos difíceis, de muito medo. A tensão é grande, é uma doença muito solitária e uma das piores coisas é olhar o rosto dos pacientes e ver a incerteza no olhar deles. O distanciamento familiar é o pior de tudo isso, não poder beijar e abraçar meu filho e meu esposo me faz chorar todos os dias. Apesar disso, sou muito grata à Deus por permitir que eu os veja mesmo que de longe". Ela também está sem ver a mãe, que mora em Gravatá, no Agreste do Estado, há quase dois meses.

Do Jornal do Commercio para a Rede Nordeste

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