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Em plena pandemia, países recordam 75º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial

09:44 | Mai. 08, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

Apesar das restrições provocadas pelo novo coronavírus, Europa e Estados Unidos recordam nesta sexta-feira, 8, o fim da Segunda Guerra Mundial, de Washington a Paris, passando por Berlim, onde excepcionalmente foi decretado feriado. Ao redor do mundo, as restrições decretadas para conter a pandemia do novo coronavírus, que matou mais de 260 mil pessoas, reduziram os eventos ao mínimo, com cerimônias transmitidas ao vivo pela Internet.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, depositará flores no início da tarde no memorial da Segunda Guerra Mundial. Seu colega francês, Emmanuel Macron, fará o mesmo diante da estátua do general De Gaulle e do túmulo do soldado desconhecido em Paris.

Em Moscou, onde o "Dia da Vitória" é celebrado em 9 de maio, o alerta sanitário obrigou o adiamento do desfile militar na Praça Vermelha, para o qual haviam sido convidados governantes estrangeiros. A parte aérea foi confirmada.

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O presidente russo, Vladimir Putin, deve discursar ao país, que aguarda suas decisões para o período posterior a 11 de maio. Nesta data, termina o confinamento decretado há um mês para impedir a propagação do coronavírus.

Em Londres, a rainha Elizabeth II pronunciará um discurso aos britânicos, que será exibido pela BBC One às 20h GMT (17h de Brasília), "horário exato em que seu pai, o rei George VI, discursou por rádio em 1945", segundo um comunicado do governo.

A pandemia provocou o cancelamento dos festejos populares e dos desfiles de veteranos, mas o governo estimula a população a celebrar o fim da Segunda Guerra Mundial em casa, com ideias para jogos e receitas culinárias.

Normalmente, a Alemanha não recorda, ou celebra de maneira discreta, o aniversário do 8 de maio de 1945, quando o regime nazista se rendeu aos aliados. Desta vez, porém, a cidade de Berlim declarou o 75º aniversário como dia de repouso.

Sinônimo de derrota para o país, mas também de libertação do nacional-socialismo e dos campos de concentração, o dia é feriado apenas na capital do país, onde a iniciativa provocou alguma polêmica.

O chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, expressou ceticismo na véspera sobre a ideia de transformar a data em um feriado nacional permanente.

"Esta não é a questão principal para mim", declarou ao canal ZDF.

"O importante é que a data seja entendida na Alemanha como um dia de libertação, um dia que, de fato, pode ser de celebração, mas não de lamentação", completou Maas, uma opinião criticada pelo partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD).

O líder da AfD, Alexander Gauland, considera que o 8 de maio continua sendo uma "derrota absoluta" pela perda de territórios no leste, pelos bombardeios e pela expulsão de milhões de compatriotas. A Alemanha "perdeu a autonomia sobre seu futuro", disse.

Ao lado da chanceler Angela Merkel, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, participou de uma cerimônia para depositar flores em memória das vítimas da guerra e do Holocausto, que matou seis milhões de judeus.

Steinmeier também fez um discurso, um gesto simbólico que representa um apelo à ordem em um país que registra o aumento do antissemitismo e onde a extrema direita se rebela contra o dever da recordação.

Os alemães sentem "gratidão" pela derrota nazista que terminou com a Segunda Guerra Mundial, disse Frank-Walter Steinmeier.

"Hoje, nós, alemães, podemos afirmar: o dia da libertação é um dia de gratidão", declarou ele durante a cerimônia solene em Berlim.

As palavras de Steinmeier lembraram o importante discurso do então presidente Richard von Weizsaecker, em 1985, quando ele se tornou o primeiro chefe de Estado do país a pedir aos alemães que se lembrassem do 8 de maio não como um dia de derrota, mas como um dia de libertação da tirania nazista.

 

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