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Expansão do contágio e exaustão do sistema: entenda o que foi usado para definir as regras mais rígidas de isolamento no Ceará

O POVO detalha o relatório que explica e justifica as novas medidas ainda mais restritivas de distanciamento e fluxo de pessoas no Estado - principalmente na Capital
11:17 | Mai. 07, 2020
Autor Cláudio Ribeiro
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Cláudio Ribeiro Repórter do Núcleo Data.doc
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Tipo Notícia

1) O sistema de saúde exaurido, diante da grande ocupação de leitos de UTI, já beirando o limite máximo;
2) A análise do quadro epidemiológico e da grande propagação de casos na cidade em períodos ainda menores - com grande índice de letalidade nas duas últimas semanas;
3) O relaxamento da população quanto às medidas de isolamento, medida em bairros a partir das aglomerações e aumento do tráfego.

Esses três pontos foram as principais bases para determinar a linha das novas medidas mais rígidas para o isolamento social em Fortaleza e no Estado, que nortearam o texto dos novos decretos do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza para tentar frear o avanço da pandemia no Ceará.

O documento "Relatório Fortaleza COVID-19 - expansão do contágio e exaustão do sistema" tem 41 páginas e fundamenta a necessidade de "trancar" as pessoas em casa e fechar entrada e saída da cidade por quaisquer vias de acesso.

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O relatório reconhece que a precocidade da transmissão interna da doença em Fortaleza, ainda nas primeiras semanas de março, teve pelo menos três fatores claros: o hub aéreo, eventos sociais na cidade com convidados nacionais e internacionais (eventos de férias e Carnaval) e o período coincidente de viroses respiratórias.

O documento descreve: "A precocidade da transmissão e a força de propagação exibida, ainda nas primeiras semanas de março, têm sido associadas, sobretudo, a três fatores: • A recente ampliação do número de voos internacionais em Fortaleza, com a constituição do Hub Aéreo, que teria facilitado a ocorrência de casos importados (cuja infecção ocorreu em outro país); • eventos sociais ocorridos em outro Estado e na própria cidade com convidados de outros Estados e países, produzindo número substancial de casos entre moradores
da capital cearense; • Sazonalidade tradicional da viroses respiratórias no Ceará e em outros Estados das regiões Norte e Nordeste, que tende a se iniciar ainda em fevereiro, estendendo-se normalmente até maio, obedecendo ao calendário da chamada quadra invernosa".

É pontuado no relatório que o anúncio do decreto de isolamento social, pelo governo estadual, conteve de fato a linha de avanço dos casos, inicialmente. Porém, segundo o documento, a curva epidêmica passou a ter "discreta aceleração já percebida a partir dos dias 8 e 9 de abril. O número de casos dobrou a cada 5 dias no período".


"O aumento de casos se refletiu em um significante incremento do número de óbitos", descreve o texto, "com ascendência no dia 19 de abril e outra tendência ainda mais aguda de aumento no dia 24 de abril". Nesta data, já eram 289 mortes contadas em Fortaleza de pacientes com a Covid-19. Desde a ocorrência do primeiro óbito, oficializado no dia 24 de março, a média anotada é de 12,8 mortes por dia. No entanto, se for considerada somente a última quinzena, essa média alcançou 24,5 casos/dia.

Os dados serão apresentados durante coletiva à imprensa, na manhã desta quinta-feira (7).

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