Empenho para achatar a curva do coronavírus foi praticamente inútil, diz Bolsonaro

Bolsonaro defende defasado modelo de "imunidade de grupo", que atrapalhou a contenção do coronavírus no Reino Unido

Na véspera do Dia do Trabalhador, celebrado nesta sexta-feira, 1º, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou que "grande parte da população" esteja proibida de trabalhar, por causa do isolamento social e do fechamento do comércio em função da pandemia da Covid-19. Ele voltou criticar a adoção dessas medidas e avaliou que elas não fizeram efeito na contenção da curva de contaminação — e mais uma vez não trouxe qualquer dado para embasar o discurso.

"Eu já disse, 70% da população vai ser infectada (pelo novo coronavírus). Pelo que parece, pelo que estamos vendo agora, todo o empenho para achatar a curva praticamente foi inútil. Agora, efeito colateral disso: desemprego. O povo quer voltar a trabalhar. Todo mundo sabe que, quanto mais jovem, menos problemas tem de ter uma consequência danosa em sendo infectado pelo vírus", afirmou Bolsonaro durante sua live semanal, transmitida pelo Facebook.

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O argumento da "imunidade de rebanho" ou "imunidade de grupo" — em que 70% da população é infectada e se torna imune, protegendo os demais — foi adotado no Reino Unido, antes de ser abandonado porque representaria a morte de centenas de milhares de pessoas. A tese é refutada pela ampla maioria da comunidade científica mundial.

Medidas de isolamento social, como fechamento de comércio não essencial, suspensão de aulas presenciais e aglomerações, estão entres as principais ações defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotadas por autoridades sanitárias de vários países, como forma de conter o avanço da Covid-19. O Brasil contabiliza mais de 85,3 mil casos oficiais notificados e quase 6 mil mortes pela novo coronavírus, segundo atualização mais recente do Ministério da Saúde.

Nomeação na PF

Durante a live, Bolsonaro voltou a defender a nomeação de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal e fez um apelo para que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja a decisão que suspendeu a indicação e posse do delegado no cargo.

"Eu faço um apelo ao ministro do STF, aos demais ministros, não é por mim, é pela vida pregressa desse homem, pelo seu passado, por tudo aquilo que ele já fez pela pátria, no combate à corrupção, no combate à criminalidade , que reveja essa situação para que ele possa assumir", disse o presidente, depois de ler um currículo de Ramagem na transmissão.

Na manhã de quarta-feira, 29, o ministro Alexandre de Moraes decidiu suspender o decreto de nomeação e a posse de Alexandre Ramagem no cargo. Na decisão, o ministro citou declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que ao deixar o cargo na semana passada acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF. Ramagem é próximo da família do presidente e atuou em sua segurança pessoal, após a vitória no segundo turno das eleições.

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