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Ceará está na zona de risco com 77% dos casos de síndrome respiratória grave confirmados para o novo coronavírus

Até 22 de abril foram notificados 2.795 casos de SRAG no Ceará, conforme o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde
13:58 | Abr. 23, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, nesta quarta-feira, 22, revela que 77% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Ceará são decorrentes de infecção com o novo coronavírus. A predominância desses casos entre os que já tiveram resultado laboratorial positivo coloca o Estado em zona de risco, conforme sugere relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que monitora e apresenta níveis de alerta para os casos reportados de SRAG.

No Brasil, a investigação dos casos graves de Covid-19 acontece de forma integrada à investigação de outros vírus respiratórios, a partir da vigilância de pacientes hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). São consideradas como síndrome grave os casos que apresentam dispneia, febre, tosse, dor de garganta, desconforto respiratório, ou que evoluiu para óbito por SRAG independente da internação.

De acordo com o relatório da Fiocruz, divulgado por meio da plataforma Infogripe, até 11 de abril já foram reportados 32.360 internações por SRAG no País. Destes, 7.175 tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 9.627 exames testaram negativos e 16.790 aguardam resultado. Segundo a Fiocruz, a tendência de crescimento do número de internações se manteve, entre 5 e 11 de abril, ainda que com taxa de crescimento em desaceleração, conforme já vinha ocorrendo em março.

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Apesar da tendência, a Fundação destaca que é preciso cautela quanto à interpretação de dados muito recentes. “O volume de hospitalizações por SRAG permanece extremamente elevado, muito acima do esperado e muito acima de anos anteriores em todas as regiões. Por outro lado, embora esses números continuem subindo, se confirmou a desaceleração apontada na semana anterior”, afirma o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes.

Para o coordenador, a persistência do crescimento de casos de SRAG e a predominância da Covid-19 entre eles, são sinais de alerta para a manutenção do isolamento social. “A desaceleração serve como motivo de alegria e motivação para continuarmos pois isso é sinal que o isolamento está funcionando, mas ainda não podemos relaxar. O isolamento é fundamental para evitar demanda hospitalar acima da capacidade de atendimento”, aponta Gomes.

Ceará está na zona de risco com alta atividade de SRAG

De acordo com o relatório da Fiocruz, o Ceará está em nível de atividade semanal para SRAG e Covid-19 muito alta, o que leva o Estado para a zona de risco e possibilidade de óbitos por síndromes graves. Para os casos de internação por influenza, no entanto, o Estado permanece na zona de segurança, tendo êxito contra o aumento na taxa de mortalidade.

Esses dados são confirmados pelo último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde Estadual (Sesa), na quarta-feira, 23. Dos casos que tiveram etiologia esclarecida (728), 77% foram identificados como decorrentes do novo coronavírus (um total de 549). Há ainda 12% de casos advindos de outros vírus respiratórios e 11% de influenza.

Até 22 de abril foram notificados 2.795 casos de SRAG no Ceará, conforme o boletim epidemiológico. Dos casos de síndrome grave notificados no Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe), 1.412 já foram investigados e 1.383 encontram-se em investigação.

O boletim da Sesa aponta que, dos 549 casos de SRAG hospitalizados por coronavírus, 83% eram residentes do município de Fortaleza, 34% evoluíram para cura, 32,6% evoluíram para óbito e 22,2% permanecem hospitalizados. Do total de hospitalizados por SRAG por coronavírus, 85,4% tinham alguma doença crônica, 32,8% tinham doença cardiovascular, 26,8% diabetes, 6,2% tinham doença renal crônica e 5,3% eram pneumopatas.

A maior proporção dos casos esteve na faixa etária de 50 a 59 anos e 70 a 79 anos (24,4%) entre os homens, e entre as mulheres acima de 60 anos (25,0%). Os principais sinais e sintomas apontados foram febre (85,4%), tosse (83,4%), dispneia (76,9%) e desconforto respiratório (57,9%).

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