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Grupo se reúne para abraço virtual, mas caloroso, em amiga que perdeu o pai por coronavírus

 "Quando a dor bater lembra que cê tem chão, que pode dar a mão. A gente te segura", narra a música cantada pelo grupo

Não há quarentena forte o suficiente capaz de barrar a força do coração daqueles que amam e são amados. Isso é o que tem demonstrado abertamente nos últimos dias a piauiense, com raízes fincadas no Ceará, Vanessa Cordeiro. Fotógrafa de profissão, recentemente ela perdeu o pai na luta contra a Covid-19. Em momento tão complicado, porém, viu-se rodeada por uma rede de amor que vem lhe dando sustentação emocional.

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Acostumada a registrar sorrisos e cenas que ficarão para sempre guardadas na memória, Vanes (como também é conhecida) foi impedida de fazer seus cliques em janeiro, quando foi identificada com uma doença autoimune. Pouco depois, ela teve conhecimento de outro diagnóstico igualmente preocupante: seu pai, Paulo Arthur, testava positivo do vírus que acabava de chegar ao Ceará antes mesmo do período de isolamento social ser decretado no Estado.

Sem histórico de comorbidade, o executivo aposentado de 62 anos faleceu na tarde do domingo, 12 de abril. Ninguém da sua família pôde se despedir, vide a proibição da realização de velórios de vítimas da Covid-19 por risco de causar novas contaminações. A partir deste momento de fragilidade, no entanto, uma corrente de amor, carinho e positividade tomou conta do circulo de amizade de Vanes.

Fotógrafa Vanes Cordeiro ao lado do pai Paulo Arthur
Fotógrafa Vanes Cordeiro ao lado do pai Paulo Arthur (Foto: Arquivo pessoal)

Sem poder compartilhar um abraço sequer, a fotógrafa foi envolvida por uma avalanche de mensagens virtuais de parentes e amigos. Sendo uma delas muito especial que partiu do cantor Cláudio Mendes. Segundo conta, a notícia da perda lhe acometeu “uma dor e emoção como se tivesse acontecido” com ele próprio. “Pouco tempo depois me veio um impulso absurdo para escrever e cantar algo que pudesse confortar de alguma forma Vanessa e sua família”, relembra.

“Aí foi só pegar o violão que música e letra saíram muito rápido, quase psicografadas. Na mesma hora gravei um áudio só com voz e violão e enviei para ela pelo WhatsApp. Já foi super emocionante ter dado alguma força para ela, mesmo que de forma simples”, considera o artista.

Do outro lado da conversa, lágrimas escorriam pelo rosto da fotógrafa que ouvia a canção intitulada de “Tua vida é sorrir”:

► “Quando a dor bater lembra que cê tem chão que pode dar a mão. A gente te segura  / Quando o choro vier, lembra da canção que um dia te fez sorrir. Deixa ele ir”

Abraços virtuais, mas calorosos


Passados sete dias, Vanes se preparava para não derramar lágrimas nesse domingo, 19, mas mal sabia ela que Cláudio trabalhava nas surdinas preparando-lhe uma surpresa emocionante. Ele combinou uma conversa por videoconferência com diversos amigos de Vanes.

Antes da transmissão acontecer, porém, o músico encaminhou um link que continha um conteúdo muito especial: pessoas residentes do coração da fotógrafa se mobilizaram para cantar “Tua vida é sorrir” e partilhar mensagens positivas.


“Foi lindo, foi incrível! A gente ficou bastante tempo conversando por videoconferência. Essa homenagem tornou o que era um momento muito triste em um momento mágico. Nesses tempos em que não podemos abraçar ninguém, receber uma homenagem como essa foi como receber um abraço muito bom. Estou bem encantada”, estima Vanessa.

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