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Número de infectados por coronavírus pode ser quinze vezes maior no Brasil, aponta estudo

Se o número de casos subnotificados projetado fosse considerado, o Brasil seria o segundo do mundo em número de casos
10:57 | Abr. 14, 2020
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Enquanto o último boletim do Ministério da Saúde confirma 23.430 casos de Covid-19, uma análise de pesquisadores brasileiros estima que o coronavírus já infectou mais de 313 mil pessoas no País. O dado colocaria o País como o segundo no ranking das confirmações e foi apresentado nessa segunda-feira, 13, pelo portal Covid-19 Brasil. A plataforma reúne cientistas e estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), entre outros centros de pesquisa. As informações são do jornal O Globo.

O estudo projeta que no último sábado, 11, o número de infectados chegou a 313.288 no Brasil. O dado é 15 vezes maior que o oficial divulgado naquele dia, de 20.727.

c, atrás somente dos Estados Unidos, que testam 8.866 pessoas por milhão. O Brasil faz 296 testes por milhão de habitantes. As estimativas brasileiras de testagem colocam o País entre os que menos testam no mundo, embora seja o 14° mais afetado pela pandemia.

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Projeções no País

Se o número de casos subnotificados projetado fosse considerado, o Brasil seria o segundo do mundo em número de casos, atrás somente dos Estados Unidos.
Se o número de casos subnotificados projetado fosse considerado, o Brasil seria o segundo do mundo em número de casos, atrás somente dos Estados Unidos. (Foto: Reprodução/ Portal Covid-19)

O grupo tem acertado as projeções sobre a doença desde o início da pandemia e também projeta as estimativas de ocupação dos leitos de emergência e de UTIs nos estados. A primeira projeção detalhada, para o Distrito Federal, traça três cenários. Em todos, a situação é dramática.

"O modelo que trabalhamos considera que para os três cenários todos os leitos estão disponíveis no começo da epidemia. Mas, como segundo o próprio Ministério da Saúde informa, estamos em média com uma taxa de ocupação de 75%, e essas previsões podem ser mais dramáticas", observa o especialista em modelagem computacional Domingos Alves. Ele integra o grupo e líder do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP).

O lotação na rede de saúde em São Paulo poderá acontecer ainda mais cedo do que nos demais estados. A análise detalhada não foi realizada ainda para São Paulo, mas, devido ao número de infectados ser muito maior do que o notificado e ao fato de a população ter reduzido o engajamento às medidas de distanciamento social. Alves diz que o cenário é muito negativo.

O especialista compara a situação paulista à de Manaus (AM). "Se não houver medidas de distanciamento mais restritivas e o isolamento for reduzido, a cidade de São Paulo poderá ver o colapso de sua rede hospitalar já na próxima segunda-feira. Em Manaus, a rede já colapsou, a taxa de hospitalização está muito acima da capacidade de atendimento", afirma Alves.

O Maranhão, a despeito do número pequeno de casos notificados, é o estado que tem a maior discrepância com as projeções de casos subnotificados, em torno de 5.177,91%, segundo o estudo. No Rio de Janeiro, essa diferença foi estimada em 1.427,5%. Em São Paulo, 1.496,31%. E no Amazonas, 3.745,62%. 

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