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Efeito coronavírus: número de endividados bate novo recorde em abril, indica CNC

O número de famílias com dívidas bateu 66,6%, maior percentual desde o princípio da realização da pesquisa iniciada janeiro de 2010
14:37 | Abr. 14, 2020
Autor Izadora Paula
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Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

 

O número de famílias com dívidas em cartão de crédito, cheque pré-datado, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro bateu novo recorde neste mês de abril, alcançando 66,6%. Este é o maior percentual desde o princípio da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada janeiro de 2010 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Embora a quantidade de dívidas ou contas em atraso ter se mantido estável em abril, após dois meses consecutivos de aumento, em comparação com igual período de 2019, houve crescimento - o índice passou de 23,9% para 25,3%.

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O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes também apresentou o mesmo movimento: queda em abril, no comparativo mensal, passando de 10,2% do total, em março de 2020, para 9,9% em abril, mas aumento em relação ao ano passado, quando alcançou 9,5%.

“Os resultados mensais favoráveis em relação à inadimplência revelam que, apesar das dificuldades com a quarentena aplicada em diversos estados e cidades, as famílias estão conseguindo quitar os compromissos com empréstimos e financiamentos”, destaca a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 77,6%. Carnês (17,5%) e financiamento de veículos (10,2%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente. “A proporção de dívida em cartão diminuiu novamente neste mês, enquanto as dívidas em carnês ganharam espaço na composição do endividamento. Também vêm se destacando o crédito consignado e o cheque especial”, ressalta a economista.

Efeito coronavírus

Esta Peic foi a primeira realizada depois do início da epidemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, com a coleta dos dados tendo sido realizada entre 20 de março e 5 de abril.

Segundo avaliação do presidente da CNC, José Roberto Tadros, a renovação da alta do endividamento neste mês se baseou na ampliação do crédito ao consumidor. “A crise com a Covid-19 impõe ao governo a adoção de medidas de estímulo ao crédito, na tentativa de manter algum poder de compra dos consumidores. A queda expressiva dos juros e da inflação reduz, respectivamente, o custo do crédito e a pressão sobre a renda, incentivando o endividamento”, explica.

Tadros reforçou a importância de se viabilizarem prazos mais longos para os pagamentos ou alongamentos das dívidas, além da busca por iniciativas mais eficazes para mitigar o risco de crédito. “Assim, os consumidores poderão quitar suas contas em dia sem maiores dificuldades, afastando a piora nos indicadores de inadimplência, nos meses à frente.”

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