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Covid-19 matou mais em 2020 do que dengue, sarampo e H1N1 somados

Diante da possibilidade de surto simultâneo de dengue e Covid-19, infectologista reforça o isolamento social como medida importante para amenizar a sobrecarga do sistema de saúde
14:13 | Abr. 10, 2020
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Em apenas 44 dias, a doença respiratória causada pelo coronavírus fez mais vítimas fatais do que a dengue, H1N1, sarampo, chicungunha e zika somadas, em todo o Brasil. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, desde 26 de fevereiro morreram 941 pessoas em decorrência da Covid-19. No Ceará, foram registrados 58 óbitos, até as 9 horas desta sexta-feira, 10 de abril. Com informações do portal de notícias da Globo.

Em 2020, até 28 de março, a dengue provocou 148 mortes no Brasil. No mesmo período, o vírus H1N1, que provoca um dos tipos de gripe, vitimou 13 pessoas no País. Enquanto o Sarampo, causou a morte de 4 pessoas, a chicungunha, 3; e a zika, nenhuma. Com a simultaneidade dos surtos, Guilherme Werneck, epidemiologista e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), acredita que a situação deve piorar muito antes de melhorar.

“O pico dos caso de Covid-19 vai ocorrer quando tivermos o aumento dos casos de H1N1, doença para a qual temos vacina. A imunização, no entanto, não é 100% eficaz. Para agravar, temos o aumento dos casos de dengue”, explica o epidemiologista. Segundo ele, a dengue não é uma doença que exige internamento na UTI, contudo, há chance de que um grande número de pessoas desenvolva a forma grave da doença. Portanto, o isolamento social é medida essencial para amenizar a sobrecarga do sistema de saúde, aponta Werneck.

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Surto de dengue

O número de casos de dengue no Brasil chega a 484.249, registro 15% superior ao mesmo período de 2019, conforme observado no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Apesar do crescimento relativamente baixo no número de casos, o dado divulgado ainda é preocupante, se considerada a curva de crescimento do vírus, que vem aumentando: em 2019, foram 1.544.987 casos de dengue no país, 488% a mais que em 2018.

As informações do boletim alertam pesquisadores e autoridades sanitárias, que já enfrentam o surto da Covid-19 no País. Há ainda a projeção da falta de leitos e equipamentos nos hospitais, conforme indica um estudo assinado por especialistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e pelo secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira. No último ano, o pico de hospitalizações por dengue e gripe ocorreu justamente entre março e maio.

Diante deste cenário, é importante o reforço da vacinação contra a gripe e o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue), sinaliza o infectologista Edimilson Migowski, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele ressalta que não há relatos de casos de coinfecção, quando um paciente contrai a dengue e a Covid-19 ao mesmo tempo.

O infectologista explica que a resposta para a dengue é diferente da exigida para a nova pandemia. “Para dengue, não é preciso isolamento, e nem os profissionais precisam de equipamentos de proteção individual (EPI). Ela não causa doença respiratória, principal agravante da Covid-19, o que exige equipamentos e leitos de UTI”, destaca Edimilson.

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