Médicos são recomendados a não realizar autópsia em casos suspeitos ou confirmados de coronavírus

Não fazer perícias ou autópticas em casos confirmados ou suspeitos de Covid-19 é uma das recomendações feitas pela Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícia Médica. A medida é baseada em instruções internacionais que aconselham a realização dos procedimentos apenas em casos extremamente necessários, como para fins de controle epidemiológico.

A intenção é proteger médicos legistas, porque estariam trabalhando com portadores do vírus. Mesmo em cadáveres, o vírus pode estar vivo e contaminar novas pessoas. Também está sendo feita a recomendação de mudar os procedimentos da autópsia para que diminuir o contato com utensílios, como serras, por exemplo.

Ivan Dieb Miziara, professor do Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho da Faculdade de Medicina da USP, ao Jornal da USP no Ar, afirma que legistas devem seguir todos os passos tratando “todos os corpos como se fossem suspeitos de contaminação”.

“Estamos usando métodos alternativos, como as autópsias com aparelhos de ressonância magnética do Departamento de Patologia, a necropsia minimamente invasiva”, comenta Miziara. “É claro que a desigualdade entre os Institutos Médicos Legais (IML) no Brasil pode não permitir essa tecnologia, mas deve-se buscar essa alternativa, desde que se tenham os aparelhos”, pontua o professor.

No Ceará, velórios de vítimas do coronavírus não podem acontecer, devendo serem ser sepultados imediatamente, conforme decisão do plantão do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Assim, que o corpo é liberado deve ser enterrado, assim como também é proibido  a realização de "serviços de somatoconservação e outras técnicas”.

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