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Brasil tem primeiro indígena infectado por coronavírus, confirma governo do Amazonas

A paciente é uma mulher da etnia Kokama, de 19 anos, moradora da aldeia São José, em Santo Antônio do Içá, a cerca de 250 quilômetros da fronteira com a Colômbia
12:36 | Abr. 01, 2020
Autor Redação O POVO
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O primeiro caso do novo coronavírus entre indígenas no País foi confirmado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) nesta quarta-feira, 01. A paciente é uma mulher da etnia Kokama, de 19 anos, moradora da aldeia São José, em Santo Antônio do Içá, a cerca de 250 quilômetros da fronteira com a Colômbia. A informação foi revelada pelo GLOBO na noite desta terça-feira, 31. 

A indígena que teve seu caso confirmado viajou a outros municípios do Alto Solimões, como Tabatinga, de acordo com o secretário de saúde do município, Francisco Ferreira Azevedo. Ela trabalha como agente de saúde e atende em aldeias na região e retornou de viagem com febre, dores na cabeça e garganta e aperto no peito. Pai, mãe, marido e filha da jovem estão sendo monitorados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) como suspeitos.

Até então, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) não tinha confirmado nenhum registro de casos entre povos indígenas brasileiros.

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No total, o município de Santo Antônio do Içá já soma quatro casos positivos para a Covid-19, entre eles um médico que acredita ter contraído o vírus durante viagens aos estados de Santa Catarina e Paraná. Ele também não descarta a possibilidade de ter sido infectado em Santo Antônio do Içá, que fica a 880 quilômetros de Manaus, no sudoeste do estado. A indígena teve contato com ele. Os outros dois casos confirmados também são de homens, um de 38 e outro de 45 anos. A cidade, que tem cerca de 25 mil habitantes, possui ainda outros 54 casos suspeitos aguardando resultando e outros 50 já foram descartados.

No sábado, 28, O GLOBO publicou que ao menos dois indígenas da etnia Tikuna foram identificados com sintomas do novo coronavírus no município de Santo Antônio do Içá e testaram positivo para a Covid-19. Mas as novas coletas que vieram do Laboratório Central de Manaus, no entanto, deram negativas.

Assim que foi confirmada a contaminação do médico, agentes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Alto Solimões, vinculado à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), voaram de helicóptero de Tabatinga à aldeia Lago Grande, em Santo Antônio do Içá, para monitorar 13 tikunas, dos quais 10 foram atendidos pelo médico e outros três trabalharam com ele nos últimos dias. No total, quase 800 moradores da aldeia Lago Grande ficarão isolados por duas semanas.

A aldeia São José possui 1.658 moradores. A população Kokama, que faz parte da família dos Tupi-Guarani, habita a região do Solimões e é distribuída entre os municípios de Tabatinga, São Paulo de Olivença, Benjamim Constant, Amaturá, Santo Antonio do Içá, Tonantins, Fonte Boa, Tefé e Jutaí. Também há registros dos Kokama no Peru e na Colômbia.

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