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ONU: coronavírus pede cuidados diferenciados para meninas e mulheres

Desigualdade de gênero também se reflete na pandemia; casos de abusos domésticos e jornada de trabalho podem aumentar durante quarentena
08:45 | Mar. 24, 2020
Autor Marília Freitas
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Marília Freitas Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

Diante da pandemia do novo coronavírus, a falta de visibilidade de mulheres e meninas pelo mundo se soma às problemáticas de lidar com a doença. O alerta foi feito pela Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), pasta da Organizações das Nações Unidas (ONU) responsável por tratar de questões populacionais ligadas a gênero, sexo e saúde reprodutiva em guia divulgado na última segunda-feira, 23. 

Apesar de ainda não existirem comprovações de como a doença se comporta separadamente em homens e mulheres, é nítido que mulheres e meninas são as mais agravadas pela presença do coronavírus. Segundo o órgão, cerca de 70% das equipes de trabalho em saúde e serviço mental ao redor do mundo são compostas por mulheres, o que as deixam mais vulneráveis. "Muitas são parteiras, enfermeiras e trabalhadoras de saúde da comunidade, papéis que as colocam na linha de frente de qualquer surto de doença".

Grávidas ainda não foram diagnosticadas como grupo de risco, mas ainda assim necessitam de uma rotina de cuidados. "Medidas de controle de infecção precisam ser tomadas para proteger as mulheres com unidades de saúde maternas, de pré-natal e neonatal". Os riscos também aumentam para essa parcela da população caso recursos de saúde sexual e reprodutiva sejam desviados para responder à pandemia.

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A vulnerabilidade é comprovada pela pasta diante do surto de outras doenças pelo mundo, como a Zika e o Ebola, entre 2014 e 2016. No período, as mulheres sofreram com barreiras significativas aos serviços de saúde, como a falta de recursos financeiros e a falta de autonomia sobre sua própria saúde sexual e reprodutiva.

Diante da paralisação de atividades em todo o mundo, o que inclui escolas, a carga de cuidados domésticos tipicamente cai sobre as mulheres. Elas também sofrem mais diante da violência contra o gênero, que pode aumentar casos de abuso domésticos durante o período de quarentena.

"Para aproximadamente 48 milhões de mulheres e meninas, incluindo 4 milhões de grávidas, identificadas pelo UNFPA como em necessidade de assistência humanitária e proteção em 2020, os perigos que o surto de COVID-19 apresentam vão ser ampliados", informa o órgão, que trabalha com o suporte de materiais e com planos e ações humanitárias levem em conta a necessidade de resposta à pandemia.

Na China, país central do surto de coronavírus, a Unfpa tem distribuído absorventes higiênicos e fraldas para populações mais vulneráveis; no Irã, máscaras, desinfetantes e luvas foram distribuídos entre os profissionais da saúde.

 

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