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Editorial: A constante luta por avanços

01:30 | Mar. 08, 2020
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Tipo Opinião

Neste domingo, o mundo dedica especial atenção ao Dia Internacional da Mulher, data instituída oficialmente em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com origem que remonta à luta de operárias na busca por condições de trabalho mais justas e igualitárias em relação aos homens no início do século XX, o 8 de março se tornou, ao longo dos últimos anos, símbolo para conquistas que permitiram avanços à sociedade. Mas, principalmente, abriu espaço para debates sobre desafios a serem enfrentados.

Se, ao longo da História, o direito ao voto feminino a partir dos anos 1930, a promulgação da lei Maria da Penha (nº 11.340/2006) e a tipificação criminal feminicídio adicionada ao Código Penal (lei nº 13.104/2015), são exemplos de conquistas estabelecidas na ordem social, a atualidade ainda apresenta outros vários desafios.

A sociedade brasileira vive uma realidade em que a cada quatro minutos, uma mulher é vítima de agressão sexual, física ou psicológica, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Em balanço divulgado no último ano, o serviço Ligue 180, oferecido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, contabilizou em 12 meses o recebimento de 92.663 denúncias de violações contra mulheres. Enquanto isso, os números de feminicídios em todas as Unidades da Federação crescem em níveis alarmantes.

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Nos primeiros meses de 2020, não foram raras as notícias que trataram de ataques de agentes do poder público, no uso de suas posições de autoridade, contra mulheres. Sobretudo jornalistas, profissionais que foram vítimas de fake news e de ofensas de cunho pessoal pelo simples exercício do ofício.

Ataques a mulheres foram, são e sempre serão ataques à democracia e instrumentos de fragilização da sociedade. Independentemente da cor, orientação sexual, crença, profissão ou posição social que elas tenham.

Mulheres ainda precisam lidar todos os dias e em todos os ambientes em que estão com situações nas quais têm minadas e questionadas conquistas, trajetórias de vida, conhecimentos, competências e confianças. E é dever de todos, pelo bem da democracia, fazer com que essas vozes não sejam caladas. Pois, cada direito obtido, cada papel assumido e cada mulher que chega a uma posição de liderança - seja na política, no mercado de trabalho, no esporte ou na cultura - são avanços para a sociedade. 

 

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