Após anúncio como ministro, Boulos diz que sua principal missão será 'colocar o governo na rua'
Com a nomeação de Boulos, esta é a 13ª troca de comando no primeiro escalão do governo Lula desde o início do terceiro mandato, em 2023
O deputado federal e agora escolhido como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (Psol-SP), usou as redes sociais para agradecer pela nomeação e destacar seus objetivos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 20, e a nomeação será oficializada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 21.
"Agradeço ao presidente Lula pelo convite para ser ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República", escreveu.
O convite foi feito há pelo menos cinco meses. Boulos afirmou que levará ao Palácio do Planalto o aprendizado adquirido ao longo de sua trajetória nos movimentos sociais. Antes de ingressar na política institucional, o novo ministro foi líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Ele também destacou que sua principal missão será ampliar o diálogo com a população. "Minha principal missão será ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil".
Ele acrescentou: "Minha grande escola de vida e de luta foi o movimento social brasileiro e levarei esse aprendizado agora ao Planalto. Presidente, sua confiança será honrada com muito trabalho".
Com a nomeação de Boulos, esta é a 13ª troca de comando no primeiro escalão do governo Lula desde o início do terceiro mandato, em 2023. Ele foi eleito deputado federal pelo Psol de São Paulo com mais de um milhão de votos.
Boulos substitui Márcio Macêdo (PT), ex-tesoureiro da campanha de Lula em 2022. Macêdo enfrentava desgaste interno e sua saída já era dada como certa por aliados. A confirmação da troca foi comunicada pessoalmente por Lula na semana passada.
Para anunciar oficialmente a mudança, Lula realizou uma publicação nas redes ao lado dos políticos.
"Convidei o deputado Guilherme Boulos para assumir o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ele vai substituir o companheiro Márcio Macêdo, a quem agradeço por todo o trabalho realizado para a ampliação e o fortalecimento da participação social em nosso governo", escreveu o presidente.
O que faz a Secretaria-Geral?
À frente da Secretaria-Geral da Presidência da República, eleterácomo função principalauxiliar o presidente em suas atribuições, articulando e dialogando com a sociedade civil — em especial osmovimentos sociais, as organizações não governamentias (ONGs), entidades de classe e a juventude.
Biografia
Boulos tem 43 anos e uma trajetória política voltada ao ativismo urbano. No novo cargo, terá como desafios a articulação política entre o Palácio do Planalto, os movimentos sociais e a sociedade civil.
O novo ministro nasceu em São Paulo, mais precisamente na região de Pinheiros, no dia 19 de junho de 1982. É o filho caçula dos médicos infectologistas e professores universitários Maria Ivete e Marcos Guilherme Boulos.
Seus primeiros anos de estudo foram em escolas particulares quando, no ensino médio, pediu aos pais que o transferissem para uma escola pública.
O interesse pela política acabou levando-o a ingressar no movimento estudantil, aos 15 anos.
Na Escola Estadual Fernão Dias Paes, criou um grêmio estudantil, participou de protestos contra a direção e fez trabalhos de alfabetização de jovens e adultos em comunidades da capital.
Ingressou no curso de filosofia da USP em 2000. Especializou-se em psicologia clínica pela PUC e se tornou mestre em psiquiatria pela USP. Na vida profissional, foi também professor da rede pública e escritor, tendo publicado os livros "Por que ocupamos?"; "De que lado você está?"; e "Sem Medo do Futuro".
Movimento social e política
Aos 19 anos, Boulos foi morar em uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) – grupo do qual viria a se tornar uma liderança, dedicando-se por décadas à luta por moradia digna e reforma urbana. Foi ali que conheceu sua companheira, Natália Szermeta, com quem teve duas filhas: Sofia e Laura.
Filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), ganhou notoriedade nacional quando foi candidato à Presidência da República em 2018, com apenas 35 anos. Concorreu por duas vezes à prefeitura de São Paulo, em 2020 e 2024.
Foi eleito deputado federal em 2022, com mais de 1 milhão de votos, tornando-se não apenas o candidato mais votado do estado, mas o segundo mais votado de todo o país.
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