Cearense lidera pesquisa internacional e dá nome à classificação
O estudo, publicado no British Journal of Nutrition, propõe uma organização sistemática de paquímetros de dobras cutâneas
Em artigo publicado no British Journal of Nutrition na última quinta-feira, 16, o pesquisador cearense Joaquim Cintra colaborou com estudiosos internacionais na proposição da primeira organização sistêmica de paquímetros de dobras cutâneas. A especificação foi intitulada em homenagem ao brasileiro: “Classificação Cintra”.
Também conhecidos como adipômetros, os paquímetros são instrumentos antropométricos usados para medir a espessura de uma dobra cutânea. De acordo com Cintra, o estudo estabelece “um marco para a literatura acadêmica internacional especializada em composição corporal humana baseada em antropometria”.
O relatório propõe uma abordagem metodológica que organiza os adipômetros de dobras cutâneas em três categorias (Original, Genérica e Híbrida) e três configurações (Tipo A, Tipo B e Tipo C).
“A publicação em um periódico científico conceituado como o British Journal of Nutrition representa uma conquista importante na minha trajetória acadêmica, mas principalmente para a pesquisa realizada no Brasil — e, em especial, no Ceará”, ressalta o pesquisador.
Natural de Fortaleza, Joaquim Cintra é graduado em Educação Física e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e da International Society for the Advancement of Kinanthropometry (ISAK).
Atualmente, é aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Translacional e pesquisador do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O estudo contou ainda com a colaboração de pesquisadores norte-americanos reconhecidos como referências mundiais na área, como o Professor Emérito Timothy Lohman da Universidade do Arizona, Estados Unidos.
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Cearense lidera pesquisa internacional: saiba mais sobre o estudo
Cintra relata que o cenário internacional foi fundamental para a percepção da urgência da padronização dos adipômetros.
“Atualmente, lidamos com uma grande variedade de marcas e modelos circulando simultaneamente em universidades, clínicas e projetos de extensão, muitas vezes sem critérios uniformes de seleção ou comparação”, explica.
A ideia, então, nasceu de um autoquestionamento: por que um campo tão antigo e consolidado como a antropometria nunca havia organizado sistematicamente um dos seus principais instrumentos de medida?
O “avanço definitivo” veio a partir de outro estudo liderado pelo cearense, em 2023, quando uma abordagem prática para a escolha de um modelo específico de adipômetro foi descrita.
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Na ocasião, em uma análise crítica, percebeu que não conseguia explicar claramente por que um instrumento seria melhor que outro — “Simplesmente porque não havia uma nomenclatura ou organização oficial para diferenciar os tipos existentes”.
“A Classificação de Cintra surge exatamente dessa lacuna. Ela não pretende ser uma verdade absoluta, mas um primeiro passo para que a comunidade científica tenha uma linguagem comum ao discutir esses instrumentos”, aponta.
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