Empresa francesa quer finalizar projeto de 240 MW em Icó neste ano
Projeto de construção do Complexo Bom Jardim conta com previsão de atuação de 800 trabalhadores no pico da obra. Companhia deve possuir quase 1 mil MW no Ceará
A Qair Brasil, subsidiária da multinacional francesa Qair Group, avança nas obras do seu Complexo Bom Jardim, no município de Icó (Região Centro-Sul).
A primeira fase, de instalação de 240 megawatts (MW) de capacidade, deve ser concluída ainda em 2025. O investimento total é de aproximadamente R$ 700 milhões.
A previsão foi dada pelo diretor da empresa, Gustavo Silva. Segundo ele, a primeira fase foi iniciada em 2024 e deve ficar pronta neste ano.
O projeto diz respeito à geração de energia por meio de solar fotovoltaica. A primeira etapa tem 240 MW devendo entrar em operação comercial, enquanto a segunda fase deverá ter mais de 200 MW.
O empreendimento conta com previsão de atuação de 800 trabalhadores no pico da obra.
Após a conclusão, ele se juntará aos complexos híbridos (misturando geração eólica e solar fotovoltaica) de Serra do Mato e Serrote, no Ceará, e de Afonso Bezerra, no Rio Grande do Norte.
O projeto Serra do Mato fica localizado em Trairi. Possui 29 aerogeradores, com capacidade total de 121,8 MW de geração. Já a fase solar fotovoltaica tem capacidade de 101 MW.
Também localizado em Trairi, o projeto Serrote conta com 49 aerogeradores, com capacidade instalada de 105,8 MW.
Na segunda etapa foram incluídos mais 29 aerogeradores, com capacidade de geração de 121,8 MW. Já a parte solar fotovoltaica conta com capacidade de 101 MW.
Com a soma de todos os projetos, a Qair Brasil terá aproximadamente 1 GW de ativos em operação comercial. Segundo a empresa de energia, já foram aportados R$ 5 bilhões em investimentos no Nordeste.
Projetos de energia e hidrogênio e a geopolítica internacional
Questionado sobre a velocidade da implementação de projetos e a confirmação dos investimentos em hidrogênio verde no Brasil, em especial no Ceará, Gustavo falou sobre a restrição orçamentária que alguns países implementaram recentemente.
Segundo ele, o atual contexto geopolítico internacional tornou mais escassos os recursos que os países investem em transição energética.
Gustavo lembra que o crescimento da tensão militar, especialmente na Europa, tem sido fator determinante nesta seara.
“No mundo como um todo tem algumas coisas andando mais rápido, outras desaceleraram um pouco. A questão geopolítica tem um peso imenso, não só para energias renováveis, mas para todas as economias do mundo por uma coisa simples: quando o mundo está em guerra, o dinheiro vai para comprar armas”, pontua.
O executivo ainda reflete que, apesar do contexto, a agenda de transição energética permanece ativa e destaca a atuação da Qair Brasil, com origem francesa.
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“É uma agenda que continua andando relativamente rápido, não como a gente queria, mas está andando. E como empresa francesa continuamos com a nossa missão de promover a transição energética”, diz.
Ele lembra ainda que o investimento de quase R$ 340 milhões para financiar a primeira fase de um de seus projetos de hidrogênio verde no Ceará, o H2'Fraternité, com capacidade de produção de 42 mil toneladas de hidrogênio por ano.
A intenção da Qair Brasil é obter cerca de 75% do valor por meio de financiamento na chamada pública lançada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Chamada Nordeste.
Este tem por objetivo fomentar Planos de Negócios que contemplem a realização de investimentos estratégicos na Região Nordeste.
Gustavo conta que a Qair Brasil submeteu a primeira etapa do projeto, que terá 20 MW de capacidade. “Estamos esperando como vai ser o desenrolar da chamada. Nossa expectativa é financiar pelo menos 75% dele (custo total é de R$ 340 milhões). Estamos bem confiantes.”
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