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Um roteiro por Pompeia: a cidade de pedra

A cidade italiana de Pompeia carregou vidas e histórias antes de ser soterrada em 79 D.C.. As memórias podem ser relembradas no Sìtio Arqueológico de Pompeia, aberto para visitação
01:30 | Jan. 23, 2020
Autor Natália Coelho ESPECIAL PARA O POVO
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Tipo Notícia

Há quase dois mil anos, Pompeia foi soterrada pelas lavas do Monte Vesúvio e esquecida por dezesseis séculos. Petrificadas pela lava, cerca de 20 mil pessoas viviam na cidade no sul da Itália quando, em 24 de agosto de 79 D.C, o vulcão entrou em atividade e enterrou vidas e marcou a história do país.

A cerca de 340 quilômetros de Roma, na província de Nápoles e na região da Campania, Pompeia existe e permanece. A maior atração continua sendo o sítio arqueológico de Pompeia, em que as memórias da cidade milenar foram resgatadas a partir de 1748, quando o rei de Nápoles, Carlos III de Bourbón, iniciou investigações pelo território, descobrindo a localidade por debaixo das cinzas. O local, surpreendentemente preservado por debaixo da rocha formada após a lava, vai além da representação dos esqueletos. A arte, a religião e os costumes dos povos que viveram naquele espaço ainda são refletidos pelas ruínas.

Com coliseus, casas de banho e anfiteatros, o local exige disposição para a caminhada pelos mais de 40m² do espaço. Dividido em setores, o sítio disponibiliza histórias de arquétipos e pessoas que provavelmente viveram em cada espaço, facilitando o entendimento das casas, templos, fórum, santuários e jardins. A proposta é recriar possíveis histórias para a compreensão da cidade, situada no então império romano do começo do milênio.

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Por mais surpreendente que seja, afrescos, mosaicos, fontes e ladrilhos se preservaram e se encontram abertos ao público no sítio arqueológico. Até trechos da rua de pedra são originais. É possível literalmente pisar por onde os pompeianos passaram.

O mapa se divide em nove regiões para facilitar a organização da cidade. Entre os espaços que se destacam, seja pelo tamanho, pela preservação ou pela arte ainda em bom estado, estão a “Casa do Tocador de Cítara” (região I), a “Casa de Vênus na Concha” (região II) e as “Termas do Fórum” (região VII). Mas cada espaço carrega suas próprias particularidades e valem o passeio completo.

Os seres humanos e animais petrificados são menos numerosos, visto que parte está no Museu Arqueológico de Nápoles, junto com outros objetos de Pompeia. Mas os que são vistos no sítio já são suficientemente marcantes, desde suas posições inusitadas até as marcas de suas expressões. Entretanto, é importante ressaltar que os corpos expostos não são os originais, mas sim fôrmas de gesso feitas a partir dos “vácuos” por entre os ossos encontrados nas escavações, prática iniciada em 1863 pelo então superintendente Giuseppe Fiorelli, um dos grandes exploradores do sítio.

Todo o processo é acompanhado por um guia disponibilizado gratuitamente na entrada do local. Apesar de não responder dúvidas momentâneas, o roteiro é a opção para que as pessoas possam compreender o vazio que, de certa forma, predomina na região. Não é um local para ser falado, mas vivenciado. O silêncio é uma de suas mais poderosas narrativas.

Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1997, a cidade é uma viagem de um dia só, no máximo dois se a ideia for conhecer outros pontos próximos que também se envolveram no desastre, como as cidades Herculano, Oplontis, Estábia e Boscoreale. Sem muitos atrativos pela parte moderna para além das ruínas, não é necessário passar mais de um dia em Pompeia ou realmente passar por todas do ciclo, porque a grande atração está de fato no sítio arqueológico. Ir até lá, então, pode ser uma opção de bate-volta de Roma, caso esteja sobrando um dia (percurso de no mínimo duas horas), se ideia seja passar pela cidade de Nápoles (famosa por suas pizzas) ou seguir em frente para o próximo destino.

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