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Festival Popular de Teatro de Fortaleza ocupa espaços públicos da Cidade

09:17 | Nov. 20, 2018
Autor Lillian Santos
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Tipo Notícia
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Antônio Bezerra/Messejana. Parangaba/Papicu. Assim como os ônibus que circulam na Capital, o Festival Popular de Teatro de Fortaleza (FEPTEF) inaugura mais uma linha: Tapeba/Jenipapo Kanindé. Com o tema "Cidade Diversa - Teatro que Conversa" quinze grupos teatrais se movimentarão pela Cidade a partir de hoje até domingo, 25.

 

As apresentações acontecerão em praças, terminais, no Centro e na Aldeota e expande seu alcance à periferia, levando a arte de rua para diversos locais que não costumam receber atividades culturais, possibilitando encontros entre públicos diversos, e intensificando as produções e a formação de artistas locais.

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Raimundo Moreira, organizador e idealizador do Festival, conta que a ideia surgiu para popularizar a linguagem teatral nas comunidades marginalizadas da Capital, onde a arte não é vista como instrumento de educação. "Pensamos o Festival para fazer do teatro um hábito cotidiano, para tirarmos da caixa e levarmos para a rua", explica.

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Mais de 100 grupos teatrais participaram da seleção, organizada pela Cia Prisma de Artes. Raimundo diz que foi feito um levantamento dos bairros onde a população tem pouco contato com as artes, para que a cada edição do Festival novos locais possam receber as apresentações. Além da expectativa para o sucesso desta nona edição, muito já é pensado para a comemoração dos 10 anos de Festival Popular de Teatro de Fortaleza em 2019.

 

Apostando nas trocas entre o teatro e a população indígena existente na região metropolitana de Fortaleza, o grupo Expressões Humanas visita no sábado, 24, a aldeia dos Tapeba, e no domingo, 25, a dos Jenipapo Kanindé. Em sua terceira participação no Festival, o grupo vai apresentar a peça Îandé Tekoha, que questiona o desenvolvimento da Cidade e a violação dos direitos dos povos originários.

 

"É um momento único para estar novamente junto aos povos indígenas e compreender um pouco mais da luta deles. Iremos levantar questões que criticam o o lucro em detrimento do humano, mas falar também de afeto e solidariedade", antecipa Herê Aquino, diretora do Expressões Humanas.

 

A peça Îandé Tekoha conta a história de uma velha índia e sua neta, que foram violentamente retiradas de suas terras. Em sua narrativa, aborda questões políticas e sociais, além de temas como a demarcação de terras, ancestralidade, pertencimento, diversidade cultural e as formas de desenvolvimento humano.

 

Apresentando-se hoje, às 15h30min, na Praça José de Alencar, e no domingo, 25, no bairro Dias Macêdo, o grupo Pavilhão da Magnólia apresenta Maquinista, mais novo espetáculo do grupo. Essa é a quarta vez que o grupo participa do FEPTEF.

 

Maquinista aborda a relação entre os poderes, trazendo o contexto musical e a visualidade dos elementos da cultura nordestina, como as cantigas de viola e o repente. Nelson Albuquerque, integrante do Pavilhão da Magnólia, relata a felicidade em participar do FEPTEF e a importância de ter um festival de teatro itinerante em Fortaleza. "O Festival rompe a lógica de ser apenas apresentações de teatro de rua, são ações em escolas, terminais de ônibus, nas comunidades. Ele possibilita o encontro entre o público e a arte", comemora o ator.

 

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